De acordo com informações da Assessoria de Comunicação da UnB (Ascom), essa decisão poderá impactar significativamente as atividades de pesquisa e conservação dessa importante área ecológica. Os pesquisadores atuantes no Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) Biota Cerrado, segundo a Universidade de Brasília (UnB), têm estudos com animais terrestres e aquáticos, plantas, mudanças climáticas, inventários biológicos e restauração ecológica, entre outros temas.

O corte de cerca de 70% da verba de capital e 80% da verba de custeio aprovada para o projeto foi anunciado no final de novembro, por meio de uma carta do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) comunicando a decisão da FAPDF de não repassar os recursos destinados ao INCT Biota Cerrado.

Segundo o professor do Instituto de Ciências Biológicas da UnB, Guarino Colli, além dos projetos dos bolsistas serem afetados, a recusa em honrar o compromisso do pagamento por parte da FAPDF acaba por dar seguimento ao “sucateamento” e “desmonte” da infraestrutura de pesquisa no país que ocorreu nos últimos anos. “Esse sucateamento alcançou desde equipamentos essenciais para a coleta e análise de dados no campo e em laboratórios, até aqueles necessários para a manutenção de acervos biológicos em coleções científicas”, enfatizou.

Pesquisadores serão diretamente afetados

“A falta de garantia do compromisso da FAPDF inviabiliza as atividades do INCT Biota Cerrado, já que os recursos de custeio e capital são vitais para o projeto, e sacrificam as pesquisas deste bioma, que é um dos mais ameaçados do planeta e, hoje, o mais ameaçado do país”, complementou Guarino Colli.

Guarino Colli: “Esse sucateamento alcançou desde equipamentos essenciais para a coleta e análise de dados, até aqueles necessários para a manutenção de acervos biológicos em coleções científicas”

O não cumprimento das parcelas acordadas e aprovadas pela FAPDF representa uma séria preocupação para a comunidade científica brasileira, afetando diretamente dezenas de pesquisadores de ponta. Muitos desses profissionais, que são bolsistas de Produtividade em Pesquisa do CNPq, atuam em instituições de ensino e pesquisa por todo o Brasil.

A interrupção do fluxo financeiro compromete a execução de projetos que demandam planejamento e recursos adequados, prejudicando não apenas os pesquisadores individuais, mas também as instituições e os avanços científicos para a sociedade.

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