O sonho da atleta pirenopolina de MTB – ou mountain bike –, Raiza Goulão, 33, era ser jogadora de basquete, mas a sensação de liberdade e contato com a natureza proporcionados pelos pedais falaram mais alto. Pirenópolis foi só o começo de sua jornada, quando largou na categoria amador do GP goiano de MTB e conquistou a terceira colocação. “Dali em diante, virou uma paixão, um vício saudável”, confessa Raiza, em entrevista ao Jornal Opção Entorno. Felizmente, os pedais a levaram muito além do que poderia imaginar e, entre tantas vitórias, realizou um de seus objetivos mais ousados: classificar-se para as Olimpíadas de Paris. A vaga para representar o Brasil no Mountain Bike Cross Country foi confirmada esta semana, pela Confederação Brasileira de Ciclismo (CBC). As competições da modalidade estão marcadas para acontecer nos dias 28 e 29 de julho.

É a segunda participação de Raiza em Jogos Olímpicos, após o Rio 2016, quando ficou na vigésima colocação. “Foi a primeira experiência. Acho que faltou maturidade, suporte, mas só o fato de competir em casa foi mágico. E agora estou com tudo pronto para Paris”, comemora.

Bastante focada e com disciplina de sobra em sua rotina de treinamentos, ela acredita que deve melhorar sua performance em solo francês. “Estou fazendo uma preparação muito mais direcionada. Não gosto de falar em números, mas quero entregar algo bem maior que no Rio 2016, algo expressivo para a nossa nação”, promete.

A atleta, além de competir no Brasil e exterior, comanda um projeto social para descobrir novos talentos no esporte (Foto: Divulgação)

Títulos nacionais e internacionais

Mesmo não tendo ainda chegado ao pódio olímpico, a integrante da equipe Squadra Oggi coleciona premiações nacionais e internacionais em sua trajetória. Foi bicampeã panamericana sub-23 em 2012 e 2013; obteve a medalha de prata nos Jogos Sul-Americanos de 2014, em Santiago (Chile), na categoria adulto; e foi campeã panamericana de MTB em Pereira (Colômbia), em 2018.

Além desses importantes títulos, vale mencionar os primeiros lugares na Copa Internacional (Chile), na Taça Brasil de Mairiporã e Goiânia, na Taça Brasil XCO Amparo, entre outras diversas conquistas.

Como ocorre com todo atleta de alta performance, há um alto custo envolvido em treinamentos, materiais e viagens. Raiza conta com patrocínio de empresas privadas e já recebeu auxílio do Governo de Goiás de R$ 750 por meio do programa Pró-Atleta. “Querendo ou não, ser um atleta em condições de buscar uma vaga olímpica exige um investimento muito alto. Então, é bem complicado se manter”, admite.

Foto: Divulgação

Projeto social

Além de seguir firme em suas metas como esportista, a ciclista ainda desenvolve o projeto “Raiza Goulão”, que incentiva atletas de base do ciclismo e busca descobrir novos talentos no esporte. “Essa iniciativa acontece há vários anos e já temos casos de sucesso. É muito mais sobre o que eu posso mostrar para eles, não somente a minha vida na bike, mas como pessoa. É um legado, uma semente que eu planto”, conclui.

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