Homem é condenado a mais de 53 anos por dois homicídios em Planaltina de Goiás

07 agosto 2025 às 11h34

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Um homem foi condenado a mais de 53 anos de prisão por dois homicídios qualificados cometidos em Planaltina de Goiás. As sentenças foram proferidas em dois julgamentos distintos, realizados pelo Tribunal do Júri da comarca, com atuação do Ministério Público de Goiás (MPGO).
No primeiro processo, o réu recebeu pena de 30 anos, 2 meses e 15 dias de reclusão, além do pagamento de multa. O crime ocorreu em 1º de fevereiro de 2024, quando a vítima foi levada até a residência do acusado, onde foi torturada com o objetivo de forçá-la a confessar um suposto abuso sexual. Após a sessão de violência, a vítima foi morta com golpes de barra de metal e teve o corpo ocultado na fossa séptica da casa.
Durante as investigações, a polícia teve acesso a um vídeo que registrava a tortura e a confissão forçada. O Ministério Público destacou que não havia qualquer indício real de abuso sexual contra a filha do réu, e que a alegação foi utilizada como pretexto para o assassinato. A gravação, somada aos depoimentos de nove testemunhas, foi decisiva para o julgamento, que reconheceu os crimes de homicídio triplamente qualificado, tortura e ocultação de cadáver.
Menos de um mês depois da primeira sentença, o acusado voltou a ser julgado, desta vez por um homicídio cometido em agosto de 2022, também em Planaltina. De acordo com o MPGO, o crime foi encomendado e executado com a participação de um menor de idade. O réu foi condenado por homicídio qualificado e corrupção de menor, recebendo pena de 23 anos, 5 meses e 21 dias de reclusão.
Somadas, as penas chegam a 53 anos, 7 meses e 6 dias de prisão em regime fechado. O condenado permaneceu preso durante todo o andamento dos processos e, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), a execução das penas teve início imediato, ainda que de forma provisória.
O Ministério Público ressaltou ainda que o réu já havia sido condenado anteriormente por tentativa de homicídio qualificado, porte ilegal de arma de fogo e roubo, com penas que totalizaram mais de 14 anos de prisão. Ele havia sido colocado em liberdade em maio de 2022, após o cumprimento integral das penas anteriores. Para a promotoria, as novas condenações demonstram alto grau de periculosidade e reincidência na prática de crimes graves.