O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio da 1ª Promotoria de Justiça de Novo Gama, entrou com uma ação civil pública contra a empresa BRU Essencial Comércio Varejista Ltda. e seus sócios, acusados de práticas abusivas e reiteradas violações ao Código de Defesa do Consumidor em vendas realizadas pela internet.

A investigação começou após diversas reclamações feitas por consumidores na plataforma Reclame Aqui, especialmente de compras realizadas pelo Instagram. A maioria das queixas no site está sem resposta e trata de produtos que não foram entregues nem reembolsados.

Em uma das reclamações, uma cliente relatou ter comprado um vestido e pago frete expresso para recebê-lo em até cinco dias. “O produto não chegou na data prevista. Tentei contato várias vezes, inclusive por telefone, e não tive retorno. Depois me orientaram a pedir o cancelamento por e-mail, fiz o pedido, mas até agora não tive resposta. Está sendo uma falta de respeito com o consumidor e quero o estorno, pois sei que tenho direito”, escreveu.

Outro consumidor também relatou prejuízo com a loja. “Fiz a compra e estou aguardando até hoje o envio. Um descaso, uma falta de respeito com o cliente. Já vai fazer um ano e nada. Quero um retorno urgente, senão vou entrar com meus direitos”, afirmou.

De acordo com o MPGO, mais de 160 pessoas foram prejudicadas. Mesmo após as denúncias, a empresa teria encerrado as atividades repentinamente, apagado suas redes sociais e desativado os canais de atendimento. A promotoria identificou ainda que as mesmas práticas continuaram com outra razão social, a BM Prestige, ligada a um dos mesmos sócios, o que reforçou a suspeita de tentativa de fraude e ocultação de responsabilidade.

Em outro processo, o MPGO pediu o bloqueio de R$ 200 mil nas contas da BM Prestige, medida que foi autorizada pela Justiça para garantir a reparação dos prejuízos aos consumidores.

O Ministério Público informou que tentou realizar um acordo extrajudicial com os responsáveis pela BRU Essencial, mas não houve proposta viável para compensar as vítimas. Diante da reincidência das irregularidades e do descumprimento das obrigações com os clientes, o órgão destacou a necessidade de uma atuação firme para proteger os consumidores de Novo Gama e região.

Tentamos contato com os responsáveis pela empresa para que se manifestassem sobre o caso, mas não obtivemos retorno. O espaço segue aberto para posicionamento.