Mesmo após a Justiça suspender os efeitos do Decreto Municipal nº 308/2025, a cobrança da Taxa de Serviços de Limpeza Urbana (TSL) continua sendo incluída nas contas de água enviadas pela Saneago em Valparaíso de Goiás. A liminar, concedida no dia 7 de agosto, apontou ilegalidades na forma de cobrança e risco de prejuízos para famílias de baixa renda, já que o não pagamento poderia levar até ao corte de água.

A situação tem gerado indignação entre os moradores. Kerulaine Nascimento, moradora da cidade, relata que a coleta de lixo não corresponde ao valor cobrado. “Tenho provas, tirei fotos, é lixão total. Pior gestão”. Outro ponto destacado pela população é o acúmulo de entulho nas ruas, como no setor Céu Azul, atrás da passarela, onde esquinas estão tomadas pelo lixo.

Taxa de resíduos sólidos está presente na fatura da Saneago do mês de setembro. Foto: Reprodução

No Bairro Jardim Oriente, a situação se repete, o morador Dinei Diamantino afirma ter recebido cobrança de R$ 50 referente à taxa. “Veio 50 de uma lapada só. Não concordo porque o serviço não é de qualidade. Se melhorasse, até teria justificativa, mas nunca teve rotina de recolhimento”, disse.

Na Justiça, o advogado que representa moradores pede que o prefeito Marcus Vinícius (MDB) e a Saneago sejam multados por descumprimento da ordem judicial, além da reemissão das faturas sem a taxa. O processo segue em andamento na Vara de Fazenda Pública de Valparaíso.

A Prefeitura de Valparaíso, em nota, afirmou que a cobrança é amparada pela Lei Complementar nº 132, de dezembro de 2024, e que o decreto questionado tratava apenas da regulamentação de isenções, já revogado. Destacou ainda que foi criado um grupo de trabalho para acompanhar a correta aplicação da lei.