Esse sistema, que há anos mantém o controle da prefeitura, visa fragmentar o eleitorado, dificultando o surgimento de novas lideranças que não compartilham dos mesmos interesses. Os verdadeiros líderes dessa estrutura raramente colocam seus nomes à disposição nas urnas, mas atuam ativamente nos bastidores, controlando o cenário político local e garantindo que o sistema permaneça intacto.

No entanto, as eleições deste ano trouxeram uma novidade que abalou essa dinâmica: a candidatura de Simone Ribeiro (PL). Antes subestimada pelos principais atores do sistema, Simone foi desacreditada por aqueles que a viam como uma ameaça insignificante. Porém, ao contrário do que muitos esperavam, ela não só resistiu, como cresceu. Sua trajetória na fase pré-campanha foi marcada por uma série de desafios, com tentativas constantes de desacreditá-la e fazê-la desistir. Desde o final de 2023, emissários do sistema vinham tentando enfraquecê-la com ataques, pressões e articulações para barrar sua ascensão.

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O diferencial de Simone Ribeiro é sua postura firme e coerente. Em seus comícios, ela repetidamente declara que jamais fará algo de que precisaria esconder de seu filho, uma mensagem que ressoa profundamente com um eleitorado cansado da velha política. Enquanto seus adversários se mantêm ligados a práticas questionáveis e interesses obscuros, Simone constrói sua campanha sobre uma base ética sólida, o que tem atraído a atenção de diversos setores da população.

A ofensiva mais significativa contra sua candidatura foi a tentativa de derrubar a comissão provisória do Partido Democracia Cristã (DC), na qual Simone era uma das principais lideranças. Em uma manobra claramente orquestrada pelo sistema, um dos candidatos rivais foi nomeado presidente da comissão, numa tentativa de impedir a coligação do DC com o PL e o PSD. Essa estratégia visava isolar Simone, alijando-a de apoios importantes e enfraquecendo sua base de sustentação. Além disso, houve tentativas de aliciar membros da comissão provisória do partido para que traíssem os pré-candidatos a vereadores que já tinham selado um acordo com Simone.

Entretanto, essa investida foi frustrada. Uma decisão judicial, proferida pelo desembargador eleitoral Adenir Teixeira Peres Júnior, restabeleceu a comissão provisória e garantiu a concretização da coligação entre o PL, DC e PSD. Embora pequena, essa coligação se mostrou extremamente resiliente e determinada. Candidatos a vereador desses três partidos uniram-se em torno da candidatura de Simone e, com garra e determinação, transformaram suas campanhas em verdadeiras missões pessoais, buscando cada voto com energia redobrada.

A campanha de Simone, que inicialmente parecia limitada, ganhou força e visibilidade nas ruas. O nome que até então não era amplamente conhecido, começou a ser comentado em todos os cantos da cidade. A zona rural, em particular, se tornou um reduto de apoio praticamente unânime à candidata, algo que causou grande preocupação ao sistema. Tradicionalmente controlada pelos grandes grupos políticos, a zona rural foi conquistada por Simone de maneira inédita. Ela rompeu as barreiras do preconceito e da divisão histórica, conseguindo o apoio de pequenos agricultores, muitas vezes pejorativamente chamados de “assentados”, até grandes produtores e empresários do setor agrícola. Esse feito surpreendente demonstrou a capacidade de Simone de unir diferentes classes e interesses em torno de uma proposta de renovação.

Além disso, o empresariado local, principalmente aqueles que gerem seus negócios de forma independente, sem vínculos com a prefeitura, também manifestou apoio à candidatura de Simone. Esses empresários, que veem na mudança uma oportunidade de gestão mais honesta e eficiente, tornaram-se parte fundamental da base de sustentação de sua campanha. Essa aliança entre o campo e a cidade, entre pequenos e grandes produtores, comerciantes e cidadãos comuns, criou uma fórmula que a população de Formosa ansiava há anos: um nome limpo, vindo do povo, filha da cidade, com independência para escolher sua equipe de governo, sem se curvar aos interesses do sistema.

O reflexo desse movimento popular é visível nas ruas, onde o entusiasmo pela candidatura de Simone é palpável. Seu nome passou a ser mencionado em jogos de futebol, pousos de folia e encontros sociais, locais onde, até então, outros candidatos monopolizavam a atenção. O sistema, que antes via Simone como uma ameaça menor, agora reconhece o perigo real de perder o controle da prefeitura. A popularidade crescente de Simone nas ruas e nas zonas rurais forçou os velhos grupos políticos a se reorganizarem, unindo-se em torno de dois candidatos que, embora aparentemente rivais, representam as mesmas forças que sempre dominaram a política formosense. Essas duas candidaturas são, na verdade, duas faces da mesma moeda, que tentam manter o status quo e impedir que a mudança tão desejada pela população aconteça.

Simone Ribeiro, por outro lado, é a personificação dessa mudança. Sua campanha, marcada pela honestidade, transparência e compromisso com o povo, representa a ruptura que Formosa sempre esperou. A eleição deste ano não é apenas uma escolha entre candidatos; é uma batalha entre o sistema tradicional enraizado, desgastado e cheio de vícios, e a esperança de uma nova era política, mais limpa e conectada com as reais necessidades da população.

Seja qual for o resultado, uma coisa é certa: o nome de Simone Ribeiro já entrou para a história política de Formosa. Ela simboliza a resistência de uma população que está cansada dos mesmos grupos de poder e que, finalmente, encontrou uma voz que ecoa seus desejos de mudança e renovação. O sistema, agora, corre contra o tempo para tentar conter essa onda, mas o grito de “chega” já tomou as ruas e, talvez, para o bem de Formosa, seja tarde demais para revertê-lo.

*Márcio Aguiar – Cientista político, consultor em comunicação e marketing político