Dois homens foram presos suspeitos de se passarem por delegados para aplicar golpes do “falso nude”. A dupla foi descoberta, segundo a Polícia Civil (PC), após extorquir um morador de Aparecida de Goiânia em R$ 20 mil. A vítima, de 40 anos, foi ameaça e chantageada a ponto de cometer suicídio no dia 30 de agosto. 

Os mandados de prisão preventiva contra a dupla foram cumpridos no último sábado, 23, pela corporação goiana em Pelotas, no Rio Grande do Sul. De acordo com a PC, o grupo usava falsos perfis de mulheres para atrair as vítimas, sendo a grande maioria homens. 

Ao ganharem a confiança, os suspeitos trocavam “nudes” com as vítimas, e depois, se passando pela falsa mãe da jovem responsável pelas fotos íntimas, começavam a ameaçar e a extorquir as vítimas dizendo que a autora fictícia das imagens era menor de idade. Depois de receber o dinheiro, um falso delegado entrava em contato pedindo valores ainda maiores. 

No caso investigado pela PC goiana, a vítima transferiu todos os recursos existentes na poupança da família, realizou um empréstimo financeiro junto ao banco e até chegou a pegar dinheiro com amigos. Os criminosos, porém, continuaram a exigir recursos financeiros, sob a ameaça de exposição da situação. 

No dia do falecimento da vítima, inclusive, os criminosos ligaram para o telefone dele e, ao falar com familiares, exigiram o encaminhamento da certidão de óbito. Com o documento em mãos, passaram a proferir xingamentos e ameaças contra a família da vítima.

Modo de agir 

Usando os perfis falsos de mulheres, os suspeitos encaminharam solicitações de amizade em redes sociais às vítimas. Após aceitarem as solicitações de amizade, os homens recebiam mensagens privadas pedindo os números de telefone. A comunicação, após se tornar íntima, começava a contar com fotos e vídeos íntimos (nudes) de uma suposta mulher.

Neste momento, um parente (criminoso) da suposta mulher alega que ela é menor de 14 anos e que tentou suicídio devido às mensagens trocadas com a vítima. A falsa mãe, então, começa a exigir dinheiro para pagar uma clínica psiquiátrica fictícia onde a “menor” está internada. Para convencer a vítima, os criminosos enviavam recibos falsos.

Depois de extorquir a vítima, a falsa genitora, ao perceber que não iria conseguir mais dinheiro, falava que iria entrar em contato com um Delegado de Polícia para pedir a prisão da vítima. Os criminosos, então, se passavam por delegados, usando nomes e fotos de agentes de segurança pública.

A vítima era induzida a destruir o chip do próprio celular, além de parar de usar redes sociais e não contar a ninguém sobre a situação. Depois, o falso delegado afirmava que a investigação por pedofilia seria arquivada se a vítima pagasse R$ 53 mil pelo tratamento da adolescente. O dinheiro era exigido sob ameaça de emitir um mandado de prisão contra a vítima.