Empresa é suspeita de envolvimento em esquema de sonegação de R$ 61 milhões no DF

22 novembro 2023 às 13h18

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Entre as empresas investigadas por participar do esquema de sonegação fiscal de R$ 61 milhões, no Distrito Federal, está a ABC Papelaria. De propriedade do empresário José Eustáquio Elias, a papelaria é um dos principais pontos de venda de cadernos, artigos escolares, produtos de informática e itens para escritórios em Brasília, onde está há mais de 40 anos.
A Polícia Civil do DF cumpriu mandados tanto no estabelecimento quanto na Fazenda ABC, localizada em Buritis, em Minas Gerais. A propriedade, avaliada em cerca de R$ 50 milhões, conta com criação de gado e fábrica de carvão. O Jornal Opção tentou contato com a defesa da empresa, mas não conseguiu localizá-la.
Outras empresas e contadores do DF também foram alvo da operação deflagrada nesta quarta-feira, 22, pela PCDF. Foram cumpridos 17 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo. As buscas foram realizadas na sede das empresas do grupo, nas residências dos investigados e nos escritórios de contabilidade responsáveis pela escrituração fiscal e contábil das empresas do grupo.
Investigação de dívidas fiscais e sonegação de impostos
A investigação apontou que a quadrilha usava documentos falsos para constituição de empresas em nome de “laranjas” e para a blindagem patrimonial. Os investigados criavam empresas de forma contínua, abandonando as anteriores com dívidas fiscais, para garantir a continuidade do comércio, mesmo sonegando impostos.
As buscas realizadas nesta quarta visam consolidar os elementos probatórios já existentes, identificar comparsas, apreender documentos, aparelhos eletrônicos, além de colaborar para o ressarcimento dos cofres públicos.
Participam da ação cerca de 70 policiais da Polícia Civil do Distrito Federal, dentre delegados, agentes, escrivães e peritos criminais. Equipes das polícias civis de São Paulo e Minas Gerais e 20 auditores fiscais da Secretaria de Estado da Fazenda do Distrito Federal também compõem a força-tarefa.
Os suspeitos responderão pelo crime contra a ordem tributária (sonegação fiscal), associação criminosa, falsidade ideológica, uso de documento falso e lavagem de capitais. Se condenados, podem pegar até 30 anos de prisão.