No Recanto Emas, Maria José Ferreira, 31, foi assassinada pelo marido diante dos três filhos menores. Já em Sobradinho, Jovercino Antônio de Oliveira, 39, matou a esposa, Dayane Barbosa Carvalho, 34, e cometeu suicídio em seguida.

As duas vítimas, entre 30 e 59 anos, estão na faixa etária do programa Viva Flor da Secretaria de Segurança Pública do DF (SSP-DF), mas não estavam cadastradas no programa. Dayane e Jovercino não tinham nenhum histórico de violência doméstica.

Somente de janeiro a março deste ano, o Distrito Federal já registrou seis casos de feminicídio nas regiões administrativas de Taguatinga, Samambaia, Planaltina, Cruzeiro, Fercal (Sobradinho) e Recanto das Emas.

A importância da medida protetiva

Segundo Sandro Avelar, secretário de Segurança Pública, o programa Viva Flor, que utiliza uma ferramenta eficaz, não registrou nenhum caso de feminicídio entre as mulheres assistidas. Ele destacou a constante evolução do programa, com a incorporação de tecnologias que garantem socorro policial prioritário em situações de risco extremo.

Com apenas um toque no aplicativo instalado no celular ou dispositivo eletrônico, a mulher pode acionar a PMDF

De acordo com dados da SSP-DF, o programa, inicialmente um aplicativo para celular, hoje utiliza um dispositivo similar a um celular, ambos disponibilizados para mulheres com medida protetiva de urgência (MPU). Em 2021, 74 mulheres foram monitoradas. Em 2022, o número subiu para 101.

Em 2023, o programa acolheu 511 novas mulheres, fruto de ações de sensibilização. Em 2024, esse número subiu para 774, e, nos primeiros três meses de 2025, foram registradas 124 novas adesões, elevando o total de mulheres monitoradas para 941.

Com um toque no aplicativo instalado em seu celular ou dispositivo eletrônico, a mulher pode acionar a Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF). O alerta é recebido diretamente pelo Centro Integrado de Operações de Brasília (CIOB) ou pelo Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), que oferece atendimento imediato, inclusive pelo Copom Mulher, criado no ano anterior.

Onde denunciar

Para denúncias, contate as DEAMs: (61) 3207-6172/3207-6195; Disque Denúncia 197 ou WhatsApp (61) 98626-1197; Núcleo de Gênero do MPDFT: (61) 3343-6086; ou a PMDF: 190.

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