Pais denunciam escola por abandono de aluno no Paranoá
08 novembro 2023 às 12h03
COMPARTILHAR
Na última segunda-feira (6), o pequeno Leonardo, de 1 ano e 3 meses, foi esquecido por funcionárias no interior do colégio particular Educa Mais, da região administrativa do Paranoá (DF), voltado à creche e pré-escola. Elas deveriam permanecer com a criança até a chegada dos pais, mas saíram e trancaram o estabelecimento, mantendo o bebê sozinho nas dependências internas da instituição.
De acordo com o relato do pai, o músico Davi Nascimento, populares ouviram o choro da criança e arrombaram a creche. “Encontraram meu filho em um quartinho escuro, chorando, e o local estava cheio de baratas”, acusa, inconformado.
Veja, abaixo, o vídeo divulgado pelo músico em suas redes sociais:
Davi relata que pagava uma taxa extra para que a escola permanecesse com a criança até mais tarde, às 19h10, quando os pais estariam disponíveis para buscá-la e levá-la para casa. Às 18h30, segundo ele, já não havia mais ninguém no colégio. “Disseram que haviam esquecido meu filho, mas a mochila dele, que é grande, estava na porta da saída”, conta.
Mudança de comportamento
A criança estava matriculada na instituição há apenas duas semanas, mas houve, de acordo com o músico, uma mudança no comportamento do menino. “Meu filho ficou agressivo e chupando dedo, coisa que ele não fazia. A gente pegava a mochila para levá-lo para a escola e ele começava a chorar”, detalha.
Davi informa que não havia marcas físicas no corpo do bebê, porém não duvida de possíveis agressões. “Tenho certeza de que bateram no meu filho, por conta do comportamento atual” desabafa.
Outro caso polêmico
Não é a primeira vez que essa escola no Paranoá se envolve em polêmica. A consultora óptica Daniella Nogueira relata que seu filho, matriculado na mesma instituição, foi agredido por uma professora há cerca de dois meses. “Ele me pediu socorro e que me tirasse da escola, pois a ‘tia’ havia batido nele”, afirma.
Sua primeira atitude foi enviar uma mensagem à proprietária do estabelecimento, perguntando sobre o ocorrido. Posteriormente, sem ter um retorno, Daniella foi até à escola pessoalmente, mas diz que todos estavam em reunião. Somente horas depois foi notificada pela direção, a qual admitiu que a professora havia de fato agredido a criança, mas tentou justificar, dizendo que a funcionária passava por problemas pessoais. “Com isso, resolvi tirar meu filho de lá”, conta a consultora.
Escola se manifesta sobre as denúncias
O diretor do colégio, que pediu para não ter seu nome divulgado por conta de supostas ameaças recebidas, informa que está colaborando com as investigações a respeito da criança esquecida no estabelecimento. “Por enquanto, o caso está em segredo de justiça, pois envolve menor de idade. Inclusive, pais que estavam na escola no momento do ocorrido e conhecem o nosso trabalho, foram até à delegacia prestar depoimento”, pontua. “Estamos mudando a nossa rotina, para que isso não aconteça mais”, acrescenta.
Sobre as baratas encontradas no vídeo divulgado por Davi, o diretor diz que a escola é dedetizada uma vez por mês, mas há bocas de lobo próximas ao local e, de acordo com ele, os insetos podem ter entrado por alguma fresta do portão. “Estou há quatro anos à frente da instituição e nunca houve uma situação assim”, explica.
Já em relação ao caso do filho de Danielle, o diretor alega que tudo foi devidamente resolvido. Porém, a consultora óptica rebate a versão: “A escola sequer encontrou em contato comigo para saber se ele estava bem”, reclama.
Investigações em sigilo
Ambas as denúncias estão registradas na 6ª Delegacia de Polícia Civil do Distrito Federal, no Paranoá. Em nota, a assessoria da Polícia Civil diz que não é possível dar mais detalhes sobre as investigações, pois os casos envolvem crianças, sendo imposto sigilo de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).