Líder do PT chama Eduardo Bolsonaro de “traidor nacional” após sanções dos EUA ao Brasil

10 julho 2025 às 10h32

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A declaração ocorre após o governo do ex-presidente Donald Trump anunciar tarifas de 50% sobre produtos brasileiros. Eduardo Bolsonaro (PL-SP) está licenciado do mandato desde abril, por um período de 122 dias. Ele viajou aos EUA no início do ano com o objetivo de participar da posse de Trump, mas não compareceu à cerimônia. Durante sua permanência no país, o parlamentar se reuniu com autoridades norte-americanas e defendeu punições econômicas ao governo brasileiro, sob o argumento de que o Brasil estaria rompendo compromissos internacionais e perseguindo opositores políticos.
“Esse cara é um traidor nacional. Já deveria ter sido cassado”, disse Lindbergh em entrevista a jornalistas. “Nós vamos discutir o mandato dele. A equipe jurídica está dedicada a isso. Na minha representação à PGR e ao STF já falamos do crime de traição.”
Em abril, o petista apresentou uma representação à Procuradoria-Geral da República pedindo a retenção do passaporte de Eduardo, o que foi posteriormente negado. A licença do deputado termina no fim de julho, período em que o Congresso estará em recesso. A bancada do PT pretende apresentar pedidos de sanção assim que os trabalhos legislativos forem retomados, em agosto, caso ele não retorne ao país.
Para Lindbergh, a atitude do deputado vai além das questões comerciais. “Temos um ataque econômico, mas também às instituições, à democracia e ao Supremo Tribunal Federal. O governo precisa reagir. Isso é sobre soberania nacional”, afirmou.
Críticas a Tarcísio e à direita
Além de Eduardo, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também foi alvo de críticas. Lindbergh acusou o ex-ministro da Infraestrutura de se alinhar a Trump e apoiar discursos de interferência externa.
Na segunda-feira (7), Tarcísio compartilhou em suas redes sociais uma publicação de Trump que acusava perseguição judicial contra Jair Bolsonaro no Brasil. O republicano defendeu que o ex-presidente seja julgado “somente pelo povo, nas eleições”.
Parlamentares de esquerda e do campo progressista também reagiram à decisão de Washington. A deputada Duda Salabert (PDT-MG) criticou o que chamou de “subserviência” de setores da direita brasileira ao governo norte-americano. “É hora de saber quem defende o Brasil e quem é lambe-botas dos Estados Unidos”, declarou.
A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) defendeu que o governo brasileiro adote medidas de retaliação comercial. “O governo tem autonomia para aplicar reciprocidade. E acredito que o STF também não vai recuar diante desse ataque à soberania”, disse.