Na comemoração dos 271 anos da festa em Luziânia, Sorgatto (UB) destacou o evento cultural e religioso: “Faz parte da nossa história e nos enche de orgulho. Neste ano, quando o festejo comemora 271 anos de existência, me orgulho ainda mais por ter sido escolhido como o ‘Folião de Rua’ da celebração. Uma responsabilidade e missão que recebo com muita fé e devoção”. 

Um dos ritos mais belos é a passagem da bandeira pelos prédios públicos, escolas e comércio, que acontece uma semana antes do início da Festa. “No dia de hoje, a Bandeira do Divino esteve na sede da Prefeitura e, juntamente com o Padre Silvino, levei as bençãos para todos os colaboradores do nosso governo”, enfatizou o prefeito.

Vale destacar que o folião – que representa o Alferes e também carrega a bandeira – geralmente se dirige ao proprietário dos comércios e casas pedindo permissão para a passagem da Bandeira do Divino ou para os foliões fazerem ali o seu pouso. Uma expressão de fé que reúne a população com a passagem da bandeira do Divino Espírito Santo de casa em casa. Ao final da tarde, os festeiros se reúnem na igreja matriz para o encontro das bandeiras, que simboliza a união das famílias da cidade.

O festejo comemora 271 anos de existência e o prefeito foi escolhido como o ‘Folião de Rua’ da celebração

O prefeito ressaltou que para além das questões religiosas e culturais, também existe a questão econômica da Festa. “São milhares de devotos que participam das festividades e outros tantos que vêm à Luziânia e movimentam a economia local nestes dias. A Festa do Divino Espírito Santo é o nosso maior bem cultural e um orgulho para a nossa gente”.

Patrimônio cultural do Brasil

Reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil, a Festa do Divino Espírito Santo remonta a 1753 e à “festa dos santos”, que foi trazida pelos colonizadores europeus como devoção religiosa e como expressão da cultura popular. Segundo dados do Iphan, a comemoração se espalhou pelo Brasil durante o processo de ocupação, sendo mesclada aos cultos de matriz africana e às crenças indígenas.

O padre Silvino Caixeta (ao centro da foto) com os colaboradores da prefeitura de Luziânia e foliões da Festa do Divino

O Culto ao Divino Espírito Santo se relaciona intimamente com o ciclo agrícola e à festividade da colheita de cereais. Em suas origens está a celebração cristã de Pentecostes, que marca a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos.

No dogma católico, o Espírito Santo integra a Santíssima Trindade e se manifesta simbolicamente como uma pomba branca. Durante o evento, que se estende por vários dias, ocorrem diversas atividades, como a Folia de Rua, um cortejo musical que percorre as ruas da cidade; o Pouso, que é o momento em que a pomba, símbolo do Espírito Santo, pousa em um altar; o Leilão de Prendas, onde são arrecadados donativos para a festa; o Encontro das Bandeiras, que reúne as bandeiras de todas as comunidades participantes; e a procissão, que encerra o ciclo festivo.