“Andar com fé eu vou, que a fé não costuma falhar”
03 janeiro 2024 às 17h50
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O Jornal Opção Entorno conversou com o reitor do Santuário, padre Marcelo Vieira, famoso pela coordenação do local, por seu trabalho cristão em prol dos mais necessitados e por seu bom humor único. Aos devotos do querido Santo Antônio, vale o passeio neste período do ano simplesmente pela fé, pela oração em solo sagrado ou pela devoção. O santuário fica aberto diariamente das 7h30 às 20h, com missas sempre às 19h.
Às terças-feiras, também às 19h, acontece a “Novena Perpétua de Santo Antônio”, com a distribuição dos pãezinhos milagrosos de Santo Antônio, disponibilizados durante todo o ano. Para quem for a passeio, é possível visitar, ainda, o museu e a sala dos milagres das 8h às 12h e das 14h às 17h.
O padre explica algumas peculiaridades do pãozinho milagroso. “É sempre bom ressaltar que esses pãezinhos são confeccionados de modo muito tradicional e a receita é secreta; ninguém tem acesso a ela. Eles são feitos pelas rezadeiras e, um detalhe importante, é que nenhum ingrediente é comprado por dinheiro. Todos são frutos da doação dos fiéis que alcançaram algum milagre. Todo ano a gente tem sobra de farinha e de ingredientes, porque são tantos milagres, tantas promessas, que acaba sobrando muita farinha. Por isso, o pãozinho está sempre disponível de maneira gratuita. As padeiras de Santo Antônio guardam esse segredo a sete chaves”, relata o religioso.
A milagrosa Novena Perpétua acontece em junho
Padre Marcelo diz que a devoção ou a manifestação católica no santuário iniciou-se entre 1718 e 1722. “Apesar de ouvir isso do povo, eu penso que tudo deve ter começado entre 1722 e 1740, mas não temos nada que comprove uma data específica de todos esses acontecimentos”, afirma.
Contudo, os grandes relatos de graças alcançadas ocorrem de 1º a 13 de junho, durante a Novena Perpétua, que acontece todas as terças-feiras com a distribuição dos pãezinhos milagrosos, sempre às 19h, no santuário matriz. “É uma festa que começa com a alvorada festiva na madrugada do dia 31 para o dia 1º. Depois, temos a carreata e bênção dos carros, os carros de boi, os peregrinos, a cavalgada, a distribuição dos pãezinhos e a trezena diária, com a benção dos pães”, divulga.
Segundo ele, somente no ano passado foram distribuídos aproximadamente 50 mil pãezinhos nos 13 dias de evento. O sacerdote frisa: “Nas terças-feiras da semana a média é de mil pãezinhos diários”.
Na sequência da festa há o desfile dos cavaleiros, a procissão de Santo Antônio e a folia de roça (que gira nas roças). Já no dia 13, acontece a folia que gira dentro da cidade. O encerramento se dá com a procissão luminosa juntamente com a imagem de Santo Antônio. Segundo padre Marcelo, neste momento há muitos pagadores de promessas e crianças vestidas de Santo Antônio e de anjos. Ele complementa: “Cada uma é uma bênção, uma promessa, um milagre. São milagres de fé, de pessoas desesperançadas, que aqui encontraram uma nova esperança”.
Por fim, a festa abarca, ainda, o miraculoso “pau de Santo Antônio”, que é uma tradição do dia 12 de junho, Dia dos Namorados. “O pau com a bandeira de Santo Antônio é ornado com fitas e enfeites. Depois de abençoado, as pessoas arrancam essas fitas pedindo casamento. No ano posterior, os fiéis voltam para agradecer o sucesso da promessa com seus namorados ou namoradas, noivos ou noivas e até maridos ou esposas. É uma festa recheada de cultura, folclore, tradição e muita fé”, conclui o padre.