De acordo com a secretária do Entorno do Distrito Federal (SEDFGO), Caroline Fleury, o Ministério Público deve intermediar as negociações entre o sindicato e os empresários até o próximo dia 20. “Caso não resolvam, o sindicato volta a paralisar os serviços, mas, de acordo com a lei, mantendo o número mínimo de linhas”. Ela complementou com otimismo: “A gente vai chegar ao ponto em que não vai ter greve”.

O sindicato da categoria reivindica melhores condições de trabalho, sendo a paralisação monitorada pela Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob). “Desde o início da campanha salarial, a Semob acompanhou toda a negociação entre as operadoras do Sistema de Transporte Público Coletivo (STPC/DF) e o Sindicato dos Rodoviários, tendo evoluído para o fechamento de acordo”, informou a assessoria do órgão.

De acordo com a Semob, são 2.850 ônibus circulando pelas ruas do DF. A greve parou 100% da frota, atingindo parte do 1,3 milhão de pessoas que utilizam o transporte público do DF, incluindo ônibus e metrô.

População segue pagando o pato

Com o resultado da reunião, os coletivos do DF voltaram a circular normalmente no final desta segunda-feira. Contudo, a greve afetou vários brasilienses, como Zélia Olyver, moradora de Ceilândia, que perdeu uma entrevista de emprego devido à paralisação dos rodoviários. Desempregada há seis meses e feliz com a oportunidade, ligou para a empresa informando sobre o acontecido. “Tive de pedir para fazermos uma videochamada”, relata. Foi a saída que ela conseguiu para não perder a chance de um emprego novo.

Quem também precisou resolver uma forma de como chegar ao destino, foi a secretária Alessandra Lopes, moradora de Santa Maria. “Eu mandei mensagem para o chefe informando sobre a paralisação dos rodoviários e disse que chamaria um carro por aplicativo”, diz.

Alessandra conta que o preço da corrida ainda estava normal, sem alterações nos valores. Mas o trânsito estava lento, mesmo sendo 9h da manhã. “Saí de casa às 8h10 e cheguei no trabalho às 9h40. Geralmente gasto 45 minutos”, explica.

O Entorno é afetado indiretamente

Sobre os trabalhadores que moram nas cidades do Entorno do DF e precisam utilizar o transporte público, a secretária do Entorno acentuou que essas pessoas são indiretamente afetadas pelo movimento grevista. “Muita gente se desloca ao Distrito Federal e pega o transporte daqui. O deslocamento dentro do DF é o problema”, frisou, acrescentando que está alinhada com o GDF para resolver a paralisação, uma vez que os ônibus do Entorno não podem rodar no DF.

Secretaria do Entorno, SEDFGO, segue alinhada com o GDF para resolução da paralisação. Foto: Divulgação

Questionada sobre a possibilidade de se aumentar o número de linhas diretas do Entorno para Brasília, a secretária disse que não há ainda uma previsão e que o papel da SEDFGO no imbróglio foi de articulação e diálogo. “Estamos conversando com a Semob, GDF e os rodoviários em ações que não prejudiquem a circulação da população”, esclareceu.

Com a suspensão da greve, os usuários do transporte público coletivo já podem utilizar o serviço normalmente. O Jornal Opção Entorno entrou em contato com os representantes do Sindicato dos Rodoviários, porém, até o fechamento desta edição, não retornaram as ligações.