Jornalista é agredido em frente à Câmara em Santo Antônio do Descoberto

15 maio 2025 às 12h57

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Na tarde da última terça-feira (13), o jornalista Ronaldo Chaves foi agredido fisicamente em frente à Câmara Municipal de Santo Antônio do Descoberto, no Entorno do Distrito Federal, pelo servidor José Sobreiro de Oliveira Filho, por volta das 14h. Segundo boletim registrado na Polícia Civil, a vítima aguardava o filho no local quando foi surpreendida por um homem que se aproximou dizendo frases como “você merece apanhar” e iniciou uma série de agressões, incluindo socos, tapas e um golpe conhecido como “mata-leão”. “Quando perguntei quem ele era, respondeu que não interessava. E dizia ‘você merece apanhar’. Tive ferimentos nos dois joelhos e no braço por causa da queda, quando ele aplicou o mata-leão”, relatou o jornalista, ainda visivelmente abalado.
A agressão foi registrada em vídeo por pessoas próximas ao local. As imagens circularam nas redes sociais, gerando grande repercussão e aumentando o constrangimento da vítima. O jornalista informou à polícia que deseja representar criminalmente contra o agressor.
Entidades repudiam agressão
O Sindicato dos Jornalistas de Goiás e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) emitiram uma nota de solidariedade à vítima, classificando a agressão como covarde. Segundo o texto, o jornalista já vinha sendo alvo de ameaças por conta de reportagens e publicações feitas em uma página local de notícias que denuncia problemas na administração municipal.
O que disse o agressor
Em nota, o agressor, identificado como José Sobreira de Oliveira Filho, então diretor de audiovisual da Secretaria de Comunicação da prefeitura, confirmou a agressão, mas alegou que perdeu o controle após anos de provocações públicas. “Entre 2018 e 2020 fui secretário de Finanças no município, e esse jornalista sempre me coagiu pedindo dinheiro para que ele não publicasse nada a meu respeito, algo a que nunca cedi. Depois disso, ele passou a me difamar nas redes sociais, me chamando de corrupto, ladrão, e publicando vídeos meus em momentos de vida particular”, afirmou.
Ele disse que, no dia da agressão, passava mal e seguia para o hospital quando decidiu parar em um evento público para pedir ajuda a um amigo. Foi nesse momento que, segundo ele, o jornalista passou por ele de moto e o chamou de “ladrãozinho”. “Perdi o juízo e, com a cabeça quente, fui atrás dele. O encontrei em frente à Câmara e desferi tapas em seu rosto. Me arrependo profundamente. Jamais quis agredir alguém. Sempre respeitei a imprensa, mas ali eu perdi o controle”, completou.
O que diz a prefeitura
Em nota oficial, a Prefeitura de Santo Antônio do Descoberto informou que tomou conhecimento do episódio e confirmou que o servidor, embora escalado para o expediente, não compareceu ao trabalho no dia da agressão. A prefeitura destacou que o ato não tem relação com as funções públicas exercidas por ele.
“A prefeita Jéssica do Premium manifesta total repúdio a qualquer forma de violência, contra qualquer cidadão. A gestão reafirma seu compromisso com o respeito, a civilidade e o diálogo como princípios fundamentais da convivência social”, diz o texto.
A nota informa ainda que o servidor foi exonerado e que será aberto um procedimento administrativo disciplinar para apurar sua conduta.