O ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda anunciou sua saída do Partido Liberal (PL) após uma década na legenda. A decisão foi comunicada ao presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto. Segundo Arruda, a desfiliação ocorre de forma “tranquila” e “com as portas abertas”.

De acordo com o ex-governador, a saída está ligada à construção de novas alianças políticas. “Chegou o momento em que preciso ter um outro perfil, abrir leque de alianças. Prefiro deixá-los à vontade, dentro da zona de conforto, mas sempre com portas abertas. Entrar é fácil, mas o mais importante é saber sair. Estou saindo pela porta da frente. As circunstâncias exigem um novo caminho”, afirmou.

Nos bastidores, a movimentação de Arruda é vista como uma aproximação ao PSD, partido comandado no Distrito Federal por Paulo Octávio — seu fiel escudeiro e vice-governador em 2007. A possível migração para a legenda de Paulo Octávio é considerada natural por aliados, que veem a dupla novamente afinada politicamente.

Em publicação nas redes sociais, Arruda afirmou que, antes de definir seu futuro política, pretende ouvir a população. “Até o final do ano quero visitar todas as cidades do DF, ouvir as pessoas, as lideranças, conversar e ver o que elas desejam que eu faça, como eu posso contribuir por Brasília. Quero fazer o que a maioria indicar”, declarou.

O ex-governador tem se movimentado politicamente de olho nas eleições de 2026 e aposta na recente mudança da Lei da Ficha Limpa, que reduziu para 12 anos o tempo máximo de inelegibilidade.

A alteração, no entanto, é alvo de controvérsias. Ex-ministros do Supremo Tribunal Federal afirmam que a nova regra não teria efeito retroativo para beneficiar políticos já condenados — como é o caso de Arruda, que responde a ao menos cinco ações por improbidade administrativa relacionadas à Operação Caixa de Pandora.