A Rota das Frutas Ride-DF é um projeto capitaneado pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, do governo federal, que conta com o apoio da Codevasf, do GDF – por meio da Secretaria de Agricultura (Seagri) – e da Embrapa Cerrados.

Incentivando a produção e a comercialização de frutas vermelhas (berries) desde 2021, entre elas morango, amora, framboesa e mirtilo, a Rota também vem introduzindo novas variedades no mercado local, com tecnologia, apoio e planejamento. São realizados encontros, reuniões e estratégias que estimulem a economia e o desenvolvimento da Ride. Outros cultivos incentivados pela associação são açaí, jabuticaba, cacau, avocado, goiaba, mamão e maracujá, além de frutas do Cerrado.

Segundo o coordenador geral da Rota, Luiz Curado, a intenção é implantar um polo frutícola na região. Ele destaca que a Ride é muito mais ampla do que o DF e o Entorno. “A Ride é do tamanho do estado de Santa Catarina, então ela atinge 33 municípios, sendo 29 de Goiás, quatro de Minas Gerais e o DF. É uma região ampla, que vai de Cavalcante até Cristalina e de Pirenópolis até o outro oposto, lá em Buritis, Minas Gerais”.

Luiz Curado explicou que esse polo visa principalmente a implantação e o trabalho com berries, as frutas vermelhas: “O morango, que foi a base de tudo, cuja produção é forte em Brazlândia; e, principalmente, o mirtilo (blueberry)”. Ele destacou ainda o cultivo do açaí da variedade Pai D’égua pela Rota das Frutas em parceria com a Embrapa Cerrados. “Nós estamos doando, distribuindo e fazendo contrato com pequenos agricultores interessados, sempre trabalhando com foco no cooperativismo. Nós damos 400 mudas de açaí por hectare para o pequeno agricultor e toda a assistência técnica. Já para o mirtilo são entregues duas mil mudas para dois mil metros quadrados, também com assistência técnica. Em contrapartida, quando essas mudas crescerem e frutificarem, elas vão começar a dar frutos e dividendos, lucro, e cada produtor vai doar de volta para a Rota duas mudas, realizando, desse modo, um círculo virtuoso, em que essas mudas voltam para a cooperativa e vão para outro produtor”, divulga.

O coordenador da Rota finaliza afirmando que em 2024 “vão intensificar a distribuição de mudas de mirtilo e açaí, e preparar o terreno para a comercialização por meio de uma central já prevista no plano de trabalho do projeto, com ênfase para o pequeno produtor ter uma renda de qualidade, possibilidade de exportação e posicionamento no mercado nacional com frutas de primeira linha certificadas”.

Luiz Curado: “A Ride é do tamanho do estado de Santa Catarina. Ela atinge 33 municípios, sendo 29 de Goiás, quatro de Minas Gerais e o DF”.

Estratégias, oficinas e intercâmbio  

Entre as atividades, a BBF (Brazilian Best Fruits), que é a empresa contratada pela Rota para realizar a gestão da produção de mudas de berries, reuniu a coordenação técnica da Rota, juntamente com a Emater-DF e a Embrapa Cerrados, para alinhar estratégias de distribuição das mudas de mirtilo. O modus operandi da produção de mudas foi importante para estabelecer um padrão de conhecimento e técnicas que serão repassadas aos demais produtores. A Rota também promoveu, ao longo de 2023, diversas oficinas de fomento com informações sobre os andamentos do trabalho realizado em diversos municípios, além de explicar o funcionamento do plantio de açaí e mirtilo e demais berries.

Visita de integrantes da Rota das Frutas aos primeiros produtores de mirtilo, Nélito e Marlene, em Planaltina de Goiás

No início deste mês, uma comitiva incluindo membros da Embrapa Cerrados (DF), da Codevasf e da Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural do Distrito Federal (Seagri) esteve na Embrapa Clima Temperado no Rio Grande do Sul para conhecer as atividades de pesquisa ligadas a culturas como oliveira, morango, amora-preta e mirtilo, visando obter suporte técnico e apoio ao projeto da Rota das Frutas da Ride.

Visita de intercâmbio com membros da Embrapa, Seagri DF e Codevasf à Embrapa Clima Temperado no Rio Grande do Sul

O intercâmbio teve como foco a avaliação de materiais desenvolvidos pela Unidade. Foram discutidos os trabalhos conjuntos em fruticultura entre a Unidade e a Embrapa Cerrados e foram apresentadas iniciativas da pesquisa local, com destaque para as avaliações de cultivo nas Regiões Centro-Oeste e Nordeste do País.