Uma das convenções mais “solitárias” de Goiás se deu em Valparaíso de Goiás. Trata-se da convenção do candidato do PL a prefeito, o vereador José Antônio Ribeiro. Zé Antônio, como é conhecido, é um vereador respeitado em “Val”, como as pessoas chamam a cidade. O “problema” do candidato reside mais na desagregação de sua base política promovida pela deputada federal Lêda Borges, do PSDB.

Lêda Borges tem força política no município, mas não se ganha eleição sozinho, é preciso ter um grupo afinado que agregue apoios. Devido ao seu temperamento explosivo, no lugar de agregar, às vezes a parlamentar desagrega. Por isso, Zé Antônio está quase só. Conseguiu uma vice importante, a professora Lúcia Kopp, mas não conquistou um novo grupo político.

Mesmo filiado ao PL, Zé Antônio não conseguiu o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, ambos do PL. Pelo contrário, Bolsonaro e Michelle gravaram um vídeo e declararam apoio à candidatura de Maria Yvelônia, do Solidariedade.

A senadora Damares Alves, filiada ao Republicanos e umbilicalmente ligada ao casal Bolsonaro, também apoia Yvelônia. “Zé Antônio é o patinho feio do PL, quer dizer, é filiado ao partido, mas não tem o apoio da cúpula na cidade. O presidente do PL em Goiás, o senador Wilder Morais, esteve em Luziânia e Novo Gama, mas não passou por Valparaíso”, afirma um integrante do PL. “Sabe por quê? Porque, como todos sabem que Bolsonaro, Michelle e Damares rejeitam Zé Antônio, ninguém quer aparecer ao seu lado”, acrescenta.

O senador Izalci Lucas, do PL do Distrito Federal, também não deu as caras em “Val”. “O PL está fugindo de Zé Antônio como o diabo foge da cruz”, brinca, a sério, um ex-vereador.

O ex-governador Marconi Perillo não compareceu à convenção do pupilo de Lêda Borges. Ele teria dito que a campanha de Zé Antônio, até porque não é filiado ao PSDB, não terá dinheiro tucano. (E.F.B.)