Vereadores são contra a privatização da Comurg
27 setembro 2023 às 14h51
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Com a expectativa de crescimento elevado da despesa em comparação com a arrecadação, uma das principais fontes de gastos da Prefeitura de Goiânia é a Comurg. Segundo o secretário Vinícius Henrique Alves, titular da Secretaria de Finanças (Sefin), a empresa pública está atrás apenas da folha de pagamentos de serviços municipais. Mesmo com a possibilidade de terceirizar diversos serviços, como a limpeza urbana.
Entretanto, apesar da situação e das recentes investigações por irregularidade ocorridas na Câmara Municipal, diversos vereados se opõem ao fim da companhia. Por exemplo, o presidente da CEI da Comurg, Ronilson Reis (sem partido), considera que isso seria um erro. Mas, avalia como interessante a possibilidade de terceirizar certos serviços.
“Acredito que deveria ter uma redução desses gastos”, conta Reis, descartando qualquer chance de fim da companhia ou privatização. “Por isso, eu defendo a terceirização de alguns serviços para melhoria da empresa. Isso ainda deixa a empresa aberta para uma melhor prestação de serviços na capital”, acrescenta.
No mesmo sentido, Paulo Magalhães (União Brasil) considera interessante manter a mão de obra da Comurg, mas terceirizar a frota de caminhões utilizados para a coleta de lixo. Para o parlamentar, a limpeza urbana é fundamental para a organização de Goiânia. “Manter a cidade limpa é fundamental para manter a saúde da população, ao mesmo tempo privatizar a frota gera economia para o município”, defende.
Já Aava Santiago (PSDB) considera que repassar a empresa para a iniciativa privada deveria ser uma decisão tomada em último caso e por outra gestão. Usando de exemplo a crise das maternidades, ela criticou a forma que Prefeitura firma os contratos e alertou para uma possibilidade de privatização. “O secretário (Alves) quer fomentar um clamor com a população para a privatização com essa fala sobre os gastos da Comurg”, afirma.
Em contrapartida, o presidente da Comissão de Finanças, Orçamento e Economia (CFOE) da Casa, Léo José (sem partido), ainda acrescenta que a Comurg é um “mal necessário”.
“Não acredito que o Paço Municipal consiga se livrar tão fácil assim da Comurg, já que é uma estrutura muito pesada e que não dá para ser absorvida tão facilmente. Juridicamente, essa situação é muito complicada por conta da massa falida que isso poderia gerar. Por isso, seria mais barato manter a empresa pública”, explica o vereador.
Audiência pública
Durante a onda de discussões a respeito das atribuições da Comurg, a Câmara Municipal de Goiânia promove nesta quarta-feira, 28, uma audiência pública sobre a coleta de lixo. O objetivo da reunião seria discutir quais seriam as falhas na gestão da empresa pública e como o serviço de limpeza urbana poderia ser realizado. Organizado pela vereadora Kátia Maria (PT), a discussão começa no plenário a partir das 13h.