Entidades do Entorno participam da escolha do conselho e do ouvidor-geral da DPE-GO

19 março 2025 às 14h23

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A sessão pública aconteceu no auditório de uma instituição de ensino em Goiânia. Um dos destaques desta edição foi a significativa participação de representantes de entidades do Entorno do DF, incluindo organizações que atuam na defesa das tradições sociais e culturais afro-brasileiras. Os três mais votados para compor a lista tríplice foram definidos por meio da contagem dos votos. Em caso de empate, seria aplicado o critério de desempate baseado na idade.
Na ocasião, os candidatos Ângela Cristina dos Santos Ferreira, Eduardo de Oliveira Silva, Gabriel Celestino Saddi Antunes Ferreira, Jhonatan Xavier, Kanandra Nobre, Michael Laiso Felix e Ovídio Neto defenderam suas candidaturas ao cargo. Ângela Cristina recebeu 69 votos, Kannandra recebeu quatro votos e Eduardo empatou com Michael Laiso Felix, ambos com três votos. Por conta do critério da idade, Eduardo foi escolhido para entrar na lista tríplice.
Após o encerramento do prazo para impugnações, caso não haja contestações, a Comissão Eleitoral encaminhará a lista ao Conselho Superior.
Ampliação do acesso à população
Em entrevista ao Jornal Opção Entorno, Michael Laiso Felix, um dos candidatos, pontua a necessidade de maior aproximação entre as entidades do Entorno e as instâncias goianas sediadas na capital. “Apesar da transparência do processo, a distância física que nós do Entorno temos da capital impede uma relação mais próxima nossa com os movimentos sociais, que são os eleitores da lista tríplice. Acredito que precisamos nos aproximar dessas instâncias, para participar ativamente de momentos como este da escolha do Ouvidor-Geral da DPE”, questiona.

Felix também ressalta suas principais propostas como candidato ao cargo, enfatizando a descentralização das ações da Ouvidoria e a ampliação do acesso da população à Defensoria. “Minha proposta era promover mais ações fora da região metropolitana de Goiânia, além de aproximar a comunidade por meio dos meios digitais. Já que não existe atendimento contínuo da DPE em todos os municípios, as ações itinerantes no interior seriam uma excelente forma da população mais vulnerável ficar mais próxima dos serviços da Defensoria”, explica.
Sobre o resultado da votação, Felix afirma que recebeu com tranquilidade a decisão, uma vez que o critério de desempate já estava previsto no edital. “Já tenho uma relação permanente com a DPE por meio do Conselho Estadual de Direitos Humanos e Igualdade Racial, o qual presido e onde a Defensoria tem assento permanente. Além disso, atuo em ações de combate ao racismo religioso por intermédio do Núcleo de Direitos Humanos e esse trabalho continuará muito bem alinhado”, pontua.
Ele ainda comenta os desafios da população do Entorno no acesso à Defensoria Pública e destaca a importância da instalação de uma unidade da DPE em Águas Lindas. “Considerando que a Defensoria atua no município onde tem uma unidade, precisaríamos ter uma DPE em cada cidade do Entorno, e essa é uma reivindicação nossa da Atracar (Associação das Tradições Sociais e Culturais Afro-brasileiras). Participamos de uma reunião do Conselho Superior da DPE, onde foi deliberado pela instalação de uma unidade em Águas Lindas, o que foi uma grande vitória. Mas ainda temos outras oito cidades na Região Metropolitana do Entorno do DF que não terão atendimento. Só com a ampliação das unidades da DPE, a população terá, de fato, seu direito de acesso garantido”, conclui.
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