Em seu site oficial, o IBGE divulgou a atualização dos Recortes Metropolitanos e Aglomerações Urbanas referente ao ano de 2023 e incluiu a Região Metropolitana do Entorno (RME), criada há 1 ano e 7 meses no Estado de Goiás a partir de Lei Complementar. Além da RME, também houve o reconhecimento de um novo município na Região Metropolitana de Belém (PA) e a adequação das regiões metropolitanas no Maranhão.

Segundo a Constituição brasileira, esses recortes geográficos são importantes para organizar, planejar e executar funções públicas de interesse comum. Atualmente, apenas quatro unidades da Federação no país não possuem regiões metropolitanas.

Nesses recortes, também estão incluídas as Regiões Integradas de Desenvolvimento (Rides), que são criadas por lei e compostas por diferentes unidades da Federação, a exemplo da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride-DF), abrangida por municípios de Goiás, Minas Gerais e, ainda, o DF.

De acordo com o geógrafo Paulo Wagner, o IBGE não é responsável por definir os recortes territoriais, mas acompanha anualmente as mudanças nas composições, além de divulgar publicamente essas alterações. “A Região Metropolitana do Entorno do Distrito Federal, em Goiás, foi criada, pois não existia anteriormente como recorte legal”, explica. “E pode ocorrer também a extinção de regiões metropolitanas que não fazem mais sentido. São recortes territoriais muito dinâmicos; sempre tem criação, extinção ou modificação de um ano para o outro”, esclarece.

Cooperação entre governos

A RME é composta por 11 municípios: Águas Lindas de Goiás, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás.

Na opinião do subsecretário de Políticas para Cidades e Transporte da Secretaria-Geral de Governo (SGG), Miguel Angelo Pricinote, o reconhecimento da região pelo IBGE vai facilitar a cooperação entre os governos de Goiás, do Distrito Federal e a União, permitindo uma gestão mais eficiente e coordenada das questões de interesse comum. “Isso inclui a melhoria da mobilidade urbana e do transporte público coletivo interestadual semiurbano, além de promover o desenvolvimento urbano integrado”, avalia.

Já a titular da Secretaria de Estado do Entorno do Distrito Federal (SEDF-GO), Caroline Fleury, em entrevista ao Jornal Opção Entorno, mostra a relevância de se ter a RME no “radar” do Instituto, principalmente no que tange à definição de políticas públicas. “O fato da RME estar reconhecida entre as 77 regiões metropolitanas tem uma importância muito grande, pois confere a ela maior visibilidade. E o IBGE é sempre uma excelente fonte de dados, utilizados para o desenvolvimento de políticas públicas integradas. Em vez de pensar em um município de forma isolada, pensamos enquanto região”, ressalta.

Leia também:

Quem é o Entorno nessas eleições?