Agronegócio, comércio e turismo impulsionam a economia do Entorno

A realidade dos municípios de Luziânia e Cidade Ocidental mostra que a conjuntura econômica do Entorno não pode ser analisada sob um único prisma. Cada cidade traz potenciais em setores diferenciados, que vão do agronegócio ao comércio e serviços. Presidentes de associações comerciais explicam como funciona essa dinâmica e como cada município um contribui para o crescimento da região.

Luziânia é a sexta cidade mais populosa do Goiás e tornou-se a sétima maior economia do estado em 2023, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com Produto Interno Bruto (PIB) estimado em R$ 5,44 bilhões, é o segundo município que mais produz riquezas na Região Integrada de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal e Entorno (Ride), ficando atrás apenas de Brasília.

Há três anos como presidente da Associação Comercial, Industrial, Serviços e Agronegócios de Luziânia (ACIL), o economista e empresário Masashi Hiroshima destaca setores como agricultura, turismo e indústria como impulsionadores do crescimento econômico da região. De acordo com análise feita pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF), a agricultura e a agropecuária foram as atividades produtivas que tiveram melhor desempenho entre os 12 municípios da Ride.

“A produção agrícola de grandes culturas como soja, milho e a criação de bovinos impactaram positivamente o PIB local. A cidade também está em um processo de crescimento industrial, o que vai gerar inúmeras frentes de trabalho e mão de obra. Temos grandes indústrias instaladas, como a Bunge e a Goiás Verde, e muitas outras interessadas em estar dentro do município”, afirma o presidente da ACIL.

Vocação turística

Hiroshima ressalta ainda a importância do turismo para o desenvolvimento socioeconômico da região. “Luziânia é privilegiada por suas riquezas naturais, entre elas os lagos Corumbá III e IV, que além de fornecerem energia e água, atraem turistas e geram renda para o município”, frisa. Ele também destaca como potenciais econômicos o Bali Park, um empreendimento com a maior praia artificial do país; a construção de três usinas de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e a formação de condomínios rurais.

Segundo Masashi, alguns investimentos precisam ser feitos para estimular mais o setor econômico. “Quando a gente fala em montar indústrias, precisamos pensar em uma infraestrutura necessária de energia, mão de obra qualificada, locais estratégicos, políticas que agreguem benefícios e incentivos para as empresas se estabelecerem no município. Além de melhorias na malha viária, para escoamento da produção, incluindo a construção de viadutos nas principais entradas das cidades da Ride”, analisa.

Parceria entre estados

O município de Cidade Ocidental, por sua vez, com quase 92 mil habitantes, traz uma dinâmica econômica mais simples, impulsionada principalmente pelo comércio e serviços. “A Ocidental ainda é considerada uma cidade dormitório pela sua proximidade com Brasília, ou seja, as pessoas saem do município, trabalham no Distrito Federal e retornam para suas casas”, comenta Beatriz Fontinele, presidente da Associação do Comércio, Indústria, Serviços, Agronegócio e Microempreendedores de Cidade Ocidental (Acimco), criada há quase um ano com a finalidade de fortalecer o comércio local e impulsionar o desenvolvimento econômico da cidade.

Beatriz acredita que a integração entre os governos de Goiás e do DF, somada com a atuação das prefeituras, contribuirá para o desenvolvimento da região do Entorno. “As ações conjuntas trazem melhorias nos serviços de transporte, saúde, educação, segurança, entre outras áreas. Em se tratando especificamente da Cidade Ocidental, a parceria será importante para a instalação de grandes e médias empresas, oferecendo vagas de emprego, fomentando o comércio local, gerando receitas próprias e aumentando a arrecadação no município”, analisa.

Com o intuito de fomentar a economia local, a Acimco realizará em maio, a 1ª Feira do Comércio da Cidade Ocidental (Feicom), um evento em parceria com o Sebrae e com Federação das Associações Comerciais, Industriais e Agropecuárias do Estado de Goiás (Facieg).