O Jornal Opção Entorno conversou com os presidentes da Associação Comercial do Novo Gama (Acing) e da Associação Comercial e Industrial do Distrito do Jardim Ingá (Acidi) para uma análise da conjuntura econômica de municípios do Entorno do Distrito Federal.

Morador do Novo Gama há mais de 20 anos, Pedro Colaço Brandão assumiu a presidência da Acing após uma reestruturação em 2009. Atualmente, a associação funciona na avenida comercial do Pedregal e conta com 450 associados, que vão de microempreendedores a grandes empresas nos mais variados segmentos. “Atuamos para representar e defender a classe empresarial, além de buscar parcerias para o fortalecimento do comércio local, com o intuito de impulsionar a economia e estimular o crescimento dos negócios”, afirma o presidente.

Enquanto secretário da Indústria e Comércio de Novo Gama, Colaço articulou a instalação de unidades do Sebrae, Senai e instituições financeiras, o que contribuiu para alavancar a economia local. “Durante o período que estive à frente da pasta, tive a oportunidade de me aproximar do setor produtivo e empresarial, com vistas ao desenvolvimento socioeconômico da cidade”, conta.

Pedro Colaço: “Novo Gama está entre as 15 melhores economias do estado” (Foto: Divulgação)

Com relação à economia, ele aponta o comércio varejista como um setor extremamente relevante para o município. “O Novo Gama está entre as 15 melhores economias do estado, com destaque para o comércio. São aproximadamente 16 mil estabelecimentos, sendo cinco grandes centros comerciais, que geram milhares de empregos, garantindo renda à população, arrecadação de impostos e fazendo girar a economia da cidade”, salienta.

Cenário promissor

O presidente da Acing destaca ainda que os programas sociais do Governo do Goiás, como o Bolsa Estudo, fazem com que o dinheiro circule pela região. “A gestão atual da prefeitura também trouxe mais autonomia, tranquilidade e segurança jurídica aos comerciantes. Isto representa um fator positivo, para que novos negócios possam surgir e ampliar as possibilidades econômicas de empresários e consumidores”, complementa.

Quando questionado sobre o que poderia ser feito para melhorar a economia, Colaço sugere duas frentes de atuação: “A primeira é atrair pequenas, médias e grandes indústrias, para que o município possa produzir matéria-prima para a fabricação de produtos destinados à venda tanto internamente, quanto para exportação. A segunda é abrir espaço para a construção civil, a fim de estimular a circulação de dinheiro no mercado e acelerar a economia”, conclui.

Construção civil em alta

Distrito do Jardim Ingá: referência no comércio de materiais para construção civil (Foto: Divulgação)

A cidade de Luziânia se tornou a sétima maior economia do estado em 2023, com PIB estimado em R$ 5,44 bilhões, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados no final do ano passado.  Para o presidente da Acidi, Ronaldo Jadão Azevedo, o crescimento se deve, em parte, ao desenvolvimento econômico do Distrito do Jardim Ingá, em Luziânia. “O potencial de crescimento do Jardim Ingá hoje, economicamente falando, é muito maior do que de Luziânia. Somos uma referência muito forte no comércio de materiais para construção civil”, observa. “Enquanto associação, nós investimos em campanhas promocionais de valorização do comércio do Entorno Sul”, acrescenta.

Composta por 30 empresários de diferentes segmentos, a Acidi conta com 150 associados. Já o comércio tem cerca 8 mil empresas de diferentes setores da economia. “Temos uma população de aproximadamente cem mil habitantes e o nosso desafio é fazer com que o morador entenda a necessidade de comprar no comércio local, para o desenvolvimento socioeconômico do município”, diz o presidente.

Ronaldo Jadão: “O potencial de crescimento econômico do Jardim Ingá é maior que o de Luziânia”

Entre as sugestões de melhorias para aquecer a economia, Ronaldo destaca a reestruturação e revitalização das margens da BR-040, para que as pessoas que trafegam pelo local possam comprar e consumir o que precisam. “Temos um grande polo de venda de materiais de construção às margens da BR-040. As empresas fornecem para o Entorno Sul e todo o DF e são referência no segmento. A associação está em tratativa com a prefeitura para a implementação de melhorias do local”, finaliza.