O projeto Cinturão da Moda, já bastante sólido em Goiânia e cidades próximas, está se ampliando também no Entorno. A iniciativa, do Governo de Goiás, tem como intuito gerar aproximadamente 100 mil empregos ao longo de quatro anos e fortalecer o setor de confecções na região circunvizinha ao Distrito Federal. Brasília tem um mercado consumidor muito forte para essa produção, ajudando a aquecer a economia e a fomentar a formação de cooperativas em Goiás voltadas à cadeia produtiva da moda. Entre as dez máquinas Audaces adquiridas pelo governo estadual a R$ 1,5 milhão cada para atender costureiras e empresários da área de confecções, duas foram destinadas ao Entorno, contemplando habitantes de 12 cidades. Uma já se encontra em funcionamento desde 2023 no APL da moda em Águas Lindas. Recentemente, há quase um mês, foi inaugurado em Novo Gama o segundo APL da moda da região, onde outro equipamento Audaces já atende a demanda de moradores do município e das proximidades.

Segundo o prefeito Carlinhos do Mangão (PL), de Novo Gama, em entrevista ao Jornal Opção Entorno, neste primeiro mês de funcionamento, o APL tem sido um meio importante para fomentar o cooperativismo, beneficiando não apenas o município, como também toda uma região metropolitana com mais de 1,3 milhão de habitantes. “Iremos capacitar mais profissionais e assim gerar mais empregos na cidade, fortalecendo também o empreendedorismo local, visando gerar oportunidades no aumento da renda familiar”, ressalta, acrescentando que o equipamento já foi utilizado para a confecção de uniformes da rede municipal de ensino.

Alta tecnologia

O secretário da Retomada, César Moura, e o governador Ronaldo Caiado checando os cortes precisos realizados pela máquina Audaces (Foto: Divulgação)

A Audaces é uma das máquinas de corte mais avançadas do mercado mundial da moda. “O equipamento movimenta a cadeia produtiva, aumentando a capacidade de produção das confecções, que podem atender uma demanda maior. Com mais peças cortadas, os empresários precisam de mais mão de obra, o que o governo do estado também atende, fazendo a captação e qualificação de trabalhadores via Colégio Tecnológico de Goiás (Cotec), que ministra cursos da área”, explica o titular da Secretaria de Estado da Retomada, César Moura.

O equipamento pode funcionar durante 24 horas, com intervalo de meia hora, e tem capacidade de produção de 10 a 12 mil peças por dia, em média, podendo chegar a um número bem maior, dependendo do tipo de tecido. “Novo Gama tem um mercado crescente e acreditamos que a Audaces vai fomentar essa produção de moda e fortalecer a economia do município”, garante César Moura. “Com o APL, vamos estimular a economia local na área da moda, junto a empresários e trabalhadores do ramo de confecção. O governador Ronaldo Caiado investiu, em valores atuais, R$ 25 milhões na aquisição das máquinas, que fazem o corte automático de tecido, e um dos equipamentos foi cedido para Nova Gama, o que certamente vai gerar emprego e renda para toda a região”, salienta.

Equipamento em funcionamento no APL de Novo Gama (Foto: Divulgação)

O secretário da Retomada afirma que já há confecções utilizando o Audaces em Novo Gama, cuja cobrança é por hora, a preço simbólico. “Peças em tecidos e malhas em geral podem ser cortadas no equipamento, que é capaz de fazer a digitalização, encaixe, enfesto, graduação, plotagem e corte”, detalha o titular da pasta, que destaca o fato da máquina cortar milhares de peças por dia com um mínimo de desperdício do tecido. “Isso reduz o custo do empresário, ao mesmo tempo que aumenta sua produtividade e rentabilidade”, frisa César Moura.

Qualificação profissional

Além dos APLs da moda, o projeto para o desenvolvimento de um mercado de confecções no Entorno abrange também outras ações, desde a formação da mão de obra por meio dos Cotecs, até o apoio à criação de cooperativas, concessão de crédito e suporte na cadeia de comercialização. A diretora do Cotec de Cristalina, Kelly dos Anjos, informa que a instituição oferta cursos como o de modelagem e corte e costura. “Eles são voltados para atender a demanda de produção no APL”, esclarece.

Antonia Carvalho: “Fiz o curso pelo Cotec e, por meio dele, foram abertas muitas portas” (Foto: Divulgação)

A costureira Antonia Rosimeire dos Santos de Carvalho, 32, é uma das beneficiadas e já tem encomendas de sacolas para a Caixa Econômica Federal. “Eu já tinha noção de costura. Todas as minhas cunhadas são costureiras. Fiz o curso pelo Cotec e, por meio dele, foram abertas muitas portas. Foram dias de muito aprendizado e conhecimento, e já estou trabalhando na área”, comemora.

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