Com apenas 33 anos, o prefeito de Luziânia, Diego Sorgatto (UB), já pode ser considerado um veterano na política. E detalhe: não sabe o que é perder uma eleição. Aos 18, ele já havia conquistado uma cadeira na Câmara Municipal como o vereador mais jovem da história de Goiás e repetiu a façanha em 2014, desta vez na Assembleia Legislativa de Goiás (Alego). Obteve a reeleição como deputado estadual e já engatou uma disputa ao cargo majoritário do Executivo local, tendo obtido 57% dos votos.

Luzianiense nato, Sorgatto se deparou, na prefeitura, com o caixa zerado e uma montanha de dívidas em plena pandemia, mas a boa articulação com o governador Ronaldo Caiado e bom traquejo entre os parlamentares, devido à sua experiência no Legislativo, ajudaram a superar a época de “vacas magras”.

Hoje, ele ostenta sua principal bandeira de campanha e “menina dos olhos” de sua gestão: o programa Tarifa Zero, implementado no final de novembro. A medida, de tão bem-sucedida, chamou a atenção de representantes do governo estadual, que foram ver os detalhes do programa pessoalmente e, quem sabe, ampliá-lo futuramente para outros municípios.

Nesta entrevista ao Jornal Opção Entorno, Diego Sorgatto faz um panorama de sua gestão à frente de Luziânia e suas estratégias para conquistar o segundo mandato na prefeitura.

Luciana Amaral – O senhor assumiu em 2021, em plena pandemia, pegando o caixa da prefeitura zerado e R$ 40 milhões em dívidas. Ainda houve cortes no Fundo de Participação dos Municípios. Como conseguiu reverter essa situação?

Diego Sorgatto – Foi o maior desafio da minha vida pública, com certeza. Assumi no momento mais cruel da pandemia, quando houve os maiores índices de morte e contaminação. Junto a isso, por negligência da gestão passada, não tive acesso às informações que deveria ter, pertinentes à transição de governo, como está regulamentado pelo Tribunal de Contas dos Municípios. Então, quando fomos apurar com o nosso setor de contabilidade e com a Secretaria Municipal de Finanças, já da nossa gestão, havia uma dívida na ordem de R$ 40 milhões e o caixa zerado. E zerado mesmo! Não tinha 1 centavo. Esse início foi muito complicado. Do total da dívida da prefeitura, R$ 1,5 milhão era referente ao pagamento da empresa que fazia o reabastecimento dos cilindros de oxigênio. O prefeito anterior não pagou e eu não tinha como pagar naquele momento. Eles simplesmente falaram, então, que não iriam mais prestar o serviço. E isso num cenário com dezenas de pessoas internadas, precisando de oxigênio. Fiz, então, contato com um dos diretores da empresa, expliquei a situação para ele e nos foi concedido um prazo. Tive de esperar o primeiro repasse do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) para sanar esta e outras questões. Lembro, ainda, que chegamos a perder uma emenda da bancada goiana de R$ 5 milhões, porque não tínhamos certidão previdenciária em dia, por conta de irresponsabilidades da outra gestão. Devido a todos esses fatores, ficamos concentrados, no primeiro ano, em arrumar a casa, para recuperar os indicadores da prefeitura, a credibilidade e as certidões necessárias para a gente começar a trabalhar.

Para Diego, o governador Ronaldo Caiado é o principal parceiro do município (Foto: Divulgação)

Luciana Amaral – Em 2023 vocês também tiveram problemas com queda de receita, principalmente no que se refere ao FPM, correto?

Diego Sorgatto – Sim, fomos surpreendidos com diminuições de receita importantes, como o ICMS, principalmente no primeiro semestre. E no início do segundo tivemos as quedas relacionadas ao FPM, numa época com várias políticas públicas a serem implementadas. Mas graças a um bom planejamento, conseguimos não só passar por esse momento de dificuldade, como também colocar as coisas em ordem. Uma situação que nos ajudou bastante, com essa dificuldade financeira, foi um acordo que fizemos como prefeitura junto à Saneago, concessionária de água e esgoto. Desde que foi aprovado no Congresso o novo Marco do Saneamento, discutíamos a possibilidade de assinar um termo aditivo ao contrato do programa que tínhamos com a concessionária. É que cada município recebe um valor referente ao faturamento da Saneago na cidade. Em Goiânia, por exemplo, esse valor é de 5%. Já em Luziânia, de tudo o que era faturado aqui pela Saneago, não tínhamos direito a nada. Então, assinei o termo aditivo em 2023 para que o município pudesse receber essa parcela do faturamento a que faz jus. Também inserimos uma série de obras importantes de expansão de rede de água de esgoto nesse termo aditivo e com prazos, para que a concessionária fizesse esses investimentos. Com isso, passaram a entrar recursos que ampliaram nossa receita.

Luciana Amaral – O diálogo com o governo de Goiás foi fundamental para trazer mais verbas para o município e superar a fase de “vacas magras”?

Diego Sorgatto – Com certeza. É no momento de dificuldade que precisamos dos parceiros ao nosso lado. Pelo fato de ter sido deputado estadual, estar prefeito e na base do governador, o governo do estado foi um dos principais, senão o principal parceiro nosso, com certeza. Eu lembro que no primeiro ano de gestão, em 2021, conseguimos recapear as principais avenidas do município com recursos oriundos do tesouro estadual, por meio de um convênio que fizemos com a Goinfra. Outra questão que sempre ressalto diz respeito ao nosso hospital. E eu, inclusive, fui relator da lei de estadualização da unidade hospitalar. Na época, quando era deputado estadual, eu dizia que se a gente não estadualizasse, a prefeitura de Luziânia não conseguiria manter esse hospital aberto. E hoje, como prefeito, eu digo isso com convicção. O hospital estava ativo no momento em que a população mais precisou, que foi a pandemia. Até então, nós nunca havíamos tido no Entorno, na história, um leito de UTI sequer na rede pública. E na pandemia chegamos a ter 50. Foi um momento muito importante. A maternidade pública foi reaberta. São quase 1.700 partos realizados e em Luziânia não havia parto na rede pública. Tudo isso é fruto da parceria com o governo do estado. E temos também os parlamentares que nos ajudam, como é o caso do deputado federal Célio Silveira (MDB) e do deputado estadual Wilde Cambão (PSD), com as suas emendas. Vale destacar que um dos programas nossos mais consagrados, o Opera Luziânia, chegou na segunda edição com cerca de 20 mil procedimentos cirúrgicos. Isso é mais do que o dobro do que fizeram na gestão passada em oito anos. E é viabilizado com recursos do tesouro estadual, por meio das emendas dos deputados estaduais, do Cambão e de outros colegas. Então, conseguimos fazer boas entregas em nossa cidade, paralelamente ao período em que estávamos arrumando a casa.

Luciana Amaral – Uma das propostas previstas no seu Plano de Governo foi a articulação para a criação da Estação Ferroviária de Luziânia, conectando o município a Brasília. Houve tratativas com os governos estadual e federal nesse sentido?

Diego Sorgatto – Na gestão passada houve um movimento entre o Governo do Distrito Federal (GDF) e o governo de Goiás para que o trem de passageiros pudesse ir adiante. Quem chegou a mexer com isso também, quando era ministro, foi o Alexandre Baldy (atual presidente da Agehab), mas essa proposta nunca saiu do papel. Já conversei com alguns especialistas sobre o assunto e as opiniões se dividem por conta da questão logística, com relação aos locais dos pontos de parada. O problema é que a ferrovia não passa em todos os momentos perto dos centros urbanos. Tivemos uma reunião uma vez em Brasília com a presença do governador Caiado e do governador Ibaneis, em que chegamos a falar sobre isso, mas é uma questão que depende mais da União e dos governos de Goiás e do DF do que de nós, prefeitura, para colocarmos a ideia em prática. E nem tenho mais escutado a respeito desse assunto. Agora, o que está sendo trabalhado por Goiás, sob a liderança do secretário-geral de Governo Adriano Rocha Lima, é a parceria entre o governo estadual, o GDF e a União para a melhoria do transporte público da região. É importante dizer que em Luziânia e nos municípios vizinhos, que são Entorno Sul do DF, esse assunto ainda confunde as pessoas. É que temos, na realidade, três tipos de transporte. Em Luziânia há o transporte municipal, regulamentado pela prefeitura e referente às linhas que ligam Luziânia, o Distrito do Jardim Ingá e os bairros daqui. Existem, ainda, as linhas intermunicipais, que vão de Luziânia a outros municípios do estado, as quais são regulamentadas pela Agência Goiana de Regulação, Controle e Fiscalização de Serviços Públicos (AGR). Depois, temos o transporte interestadual, referente aos ônibus que saem de nossa cidade e vão para o DF. É este que o secretário está discutindo junto ao governo federal e GDF, no sentido de entregar um transporte de qualidade e com preços justos.

Luciana Amaral – Ainda sobre a mobilidade urbana, sua grande promessa de campanha foi o Tarifa Zero, lançado no final de novembro. Quais impactos diretos e indiretos o programa trouxe para o município?

Diego Sorgatto – O programa é um sucesso e motivo de grande orgulho. Essa questão do subsídio ao transporte, mesmo que não fosse zerar a tarifa, mas colocar um preço justo, com serviço de qualidade para a população, é uma tendência mundial. No DF, 60 a 70% do transporte é subsidiado e muita gente ainda nem sabe disso. No caso do programa Tarifa Zero, como vínhamos fazendo um estudo ao longo desses três anos de gestão, percebemos que havia condições de colocar subsídio a ponto de zerar a tarifa. Nós aprovamos o dispositivo legal na Câmara, que nos dava legalidade para isso, e hoje conseguimos zerar o valor da passagem. O impacto na cidade é enorme, primeiramente para as pessoas que dependem do transporte público, obviamente. Uma família em que duas, três pessoas andam de ônibus no município, por exemplo, se for pagar as passagens, o gasto, até o fim do mês, é de uns R$ 200 a R$ 300 reais. Já com a Tarifa Zero, sobra um dinheiro a mais para honrar os compromissos. Uma das maiores dúvidas que tínhamos, ao darmos início ao programa, era o quanto haveria de aumento no número de usuários do transporte. Tínhamos uma média de 5 mil passageiros por dia, ainda pagando a tarifa de R$ 2,90. Implementamos o programa no dia 27 de novembro. Hoje, a média nos dias úteis é de 13 mil passageiros/dia. Isso refletiu inclusive na economia do município, no comércio local. O motivo é que, ao custearmos esse serviço para a nossa comunidade, o dinheiro que a população utilizaria no ônibus passou a ser gasto na loja, na farmácia, no açougue. Portanto, ajudou quem mais precisa no nosso município e fortaleceu a economia da cidade, com uma injeção direta de dinheiro no comércio local. Foi muito importante esse programa e os reflexos têm sido extremamente positivos.

Luciana Amaral – Como a demanda de passageiros quase triplicou, como estão lidando com a situação? Foram inseridas mais linhas?

Diego Sorgatto – Não colocamos mais linhas, por enquanto, mas estamos disponibilizando mais horários em algumas linhas. Fizemos um levantamento e, nos períodos de maior demanda, adicionamos mais veículos e melhoramos a logística. O que ocorria, às vezes? Vinha um ônibus na frente, as pessoas entravam e ele ficava superlotado. Mas logo atrás chegavam outros dois veículos com praticamente ninguém. Então, foram criadas estratégias para distribuir melhor os passageiros nos veículos. Além disso, aprovamos um dispositivo na Câmara Municipal para ter flexibilidade em aumentar ou diminuir linhas e horários, a fim de atender bem a população.

Luciana Amaral – Quais as fontes de financiamento do Tarifa Zero?

Diego Sorgatto – Tivemos uma sinalização do deputado federal Célio de uma emenda de R$ 3 milhões para ajudar a custear o programa agora neste ano de 2024. E o que não conseguirmos com emenda parlamentar, utilizaremos recursos do tesouro municipal.

Luciana Amaral – Outra iniciativa importante em sua gestão foi o lançamento do Plano Municipal pela Primeira Infância, que prevê ações para melhorar vários indicadores, como o percentual de crianças nas escolas. O que já foi feito na prática até o momento?

Diego Sorgatto – É importante dizer que Luziânia foi a primeira cidade de Goiás a assinar o Plano Municipal pela Primeira Infância. Tivemos parceria forte com o Judiciário, por meio do Fórum de Luziânia, e a dra. Célia Lara, magistrada, nos ajudou nas reuniões para começarmos a preparar a minuta do Plano junto com a Procuradoria do município e a Secretaria Municipal de Educação. É um trabalho, na realidade, intersetorial, que envolve também outras secretarias. Fizemos dezenas de reuniões até chegarmos no texto final, que traz uma série de metas para atingirmos e fortalecermos a educação do município. A principal delas, que avançamos bastante, é a oferta de novas vagas. Tivemos agora, inclusive, algumas obras impactantes que inauguramos junto ao aniversário do município de 277 anos, em dezembro. Inauguramos duas novas creches, que vão atender mais ou menos 200 crianças cada uma. No colégio municipal de tempo integral no Parque Alvorada dobramos a capacidade. Eram 12 salas de aula e construímos e inauguramos em dezembro um outro complexo com outras 12 salas. E estamos em negociação para alugarmos uma escola particular que não está em funcionamento no Distrito do Jardim Ingá, a qual tem uma estrutura montada e é bem equipada. Junto a isso, iremos criar mais ou menos 2 mil vagas para este ano na nossa rede pública municipal. Isso representa um aumento de mais ou menos 10%. Reformamos dezenas escolas e no final do ano assinamos ordem de serviço para outras tantas. Vamos implementar, ainda, um equipamento de leitura facial e devo anunciar isso oficialmente antes da volta às aulas. Fizemos reconhecimento dos nossos servidores, concedendo aumento e pagamento do piso, com rateio do Fundeb. Um concurso público também foi realizado, após 10 anos. Estamos com 580 novos professores convocados por meio deste certame. Portanto, a educação tem sido uma grande prioridade em nossa gestão.

Programa Opera Luziânia: mais de 20 mil procedimentos cirúrgicos (Foto: Divulgação)

Luciana Amaral – Quais principais ações o senhor destacaria em sua gestão na área de saúde?

Diego Sorgatto – Como tínhamos uma demanda muito grande represada, em decorrência da pandemia, com relação às cirurgias eletivas, tivemos a intenção de implementar o programa Opera Luziânia, que atua justamente nessa parte, com cirurgias de hérnia, vesícula, histerectomia e as oftalmológicas, para correção de problemas como pterígio, glaucoma e catarata. Fizemos mais de cinco mil cirurgias de catarata nas duas edições do nosso programa. E houve ainda os procedimentos cirúrgicos para tratar varizes, cuja procura foi enorme, principalmente pelas mulheres. No programa a gente faz um mutirão para triagem, montamos uma grande estrutura e colocamos vários profissionais. Tem um grupo credenciado que ajuda a prestar o serviço de toda a parte pré-operatória. O paciente sai com a cirurgia marcada e aí fica aguardando o dia do procedimento. Hoje mesmo tem gente sendo operada e acredito que até o mês de maio ou abril conseguiremos cobrir todas as cirurgias que foram marcadas nessa última edição. É um programa que devolve a dignidade às pessoas, pois algumas delas estavam há anos esperando um procedimento cirúrgico e já não tinham mais qualidade de vida. Conseguimos também renovar a nossa Central de Remoção, com ambulâncias novas, 0 km, para levar um serviço de qualidade à nossa comunidade. Quando assumi, os carros eram velhos, viviam quebrados, uma bagunça danada e reclamação enorme da população. As pessoas às vezes transportavam os pacientes em seus próprios carros, sem o devido cuidado. A nova Central de Remoção está num ponto estratégico, para atender bem todo o município.

Luciana Amaral – E na infraestrutura, o que destacaria?

Diego Sorgatto – Atuamos principalmente na parte de pavimentação asfáltica. Fizemos recapeamento de importantes avenidas do município, que são de maior tráfego. Mas fizemos também novas obras de pavimentação. Destaco uma que foi de extrema importância, a Avenida das Ameixas, no Distrito do Jardim Ingá. É uma obra de pouco mais de 4 km e cujo asfalto era completamente deteriorado. Somente uma nova pavimentação resolveria. Hoje a obra está praticamente 100% finalizada e devemos inaugurá-la em breve. Estamos também fazendo nova obra de pavimentação na Avenida Goiás, um trecho extremamente importante, de mais ou menos 1 km, que é uma demanda antiga da população. Vale destacar que em alguns bairros temos feito a pavimentação juntamente com as obras de drenagem. Porque antigamente o pessoal tinha mania de fazer apenas o asfalto, mas ele já se deteriorava na primeira chuva. Hoje investimos muito mais, fazendo, talvez, um pouco menos, mas oferecendo algo duradouro. No Parque Santa Fé, por exemplo, a obra está orçada em R$ 1,4 milhão. Se fosse fazer só o asfalto, custaria a metade ou menos. Mas a rede que precisamos fazer para drenar a água que cai nessa avenida e acabar de vez com o problema no bairro, é muito cara. E muito político irresponsável não gosta de fazer esse tipo de obra, porque ela fica enterrada, não aparece, ninguém vê. Mas é essencial. No Santa Fé estamos terminando uma obra desse porte; no Parque São Judas Tadeu e no Parque JK já finalizamos obras nesse nível também; enfim, vários bairros estão sendo beneficiados. Obviamente a gente gostaria de avançar com muito mais velocidade, mas infelizmente não temos o recurso necessário para isso.

O líder do governo Wilde Cambão e o governador Ronaldo Caiado com o prefeito de Luziânia

Luciana Amaral – Luziânia é hoje a sétima economia do estado de Goiás e, na Ride, fica atrás apenas de Brasília. Também está entre os 10 municípios que mais abriram empresas, segundo dados da Juceg. Quais fatores levaram o município a atingir esse patamar?

Diego Sorgatto – Desde que assumimos a prefeitura, demos todas as condições para as pessoas acreditarem na cidade. E Luziânia naturalmente é uma cidade com grande potencial, pela questão logística do município. Estamos, primeiramente, no coração do país, uma posição privilegiada; ficamos ao lado da capital federal e somos cortados ao meio por uma rodovia federal, que é a BR-040, que dá condições de escoamento da produção de qualquer setor industrial que quiser vir para cá. Na gestão anterior, vi muitas pessoas que queriam sondar e ter informações da cidade para poder avaliar um investimento, mas eles não eram sequer recebidos na prefeitura de Luziânia. Esse comportamento fechou a porta para muitas pessoas apostarem na nossa cidade. Eu, Diego, pessoalmente, trabalho para atrair novos investimentos para cá oferecendo estímulos, como incentivos fiscais, e buscando quem tem interesse de vir para o município. Foi nesse sentido que trouxemos a Faculdade de Medicina, por meio de uma instituição séria e respeitada, que é a Universidade de Rio Verde (UniRV). Trabalhamos nisso por 2 anos, fizemos inúmeras reuniões em Goiânia e Rio Verde, e hoje é uma realidade. Já estamos na terceira turma de futuros médicos. Fizemos também uma parceria na obra de pavimentação para trazer um grande empreendimento no ramo de turismo, o Bali Park, um parque temático na barragem de Corumbá 4. O empreendimento atrai de quatro a cinco mil turistas, a maioria do DF, para nossa cidade. Além disso, gera 400 empregos diretos, mais outros tantos indiretos, pois os turistas fomentam o comércio local, fazem o dinheiro circular e geram receita e oportunidade de trabalho para nossa gente. Também ajudamos a trazer a Oderich, uma importante indústria de alimentos. Por último, de acordo com os índices divulgados pela Secretaria-Geral de Governo, o município ultrapassou Itumbiara na questão do PIB e foi um dos municípios que mais abriram empresas. Então, de fato, é uma soma de fatores, pelo fato de Luziânia já ser uma cidade privilegiada em outras questões, mais o trabalho que temos feito de estímulo a novos empreendimentos no nosso município.

Luciana Amaral – Seu nome está no topo das pesquisas para as eleições de 2024. Isto se deve a sua trajetória política como um todo ou a uma gestão eficiente em Luziânia?

Diego Sorgatto – É uma soma de fatores. Eu penso que é principalmente pela gestão que temos feito. Hoje a política e o mundo estão muito diferentes de alguns anos atrás. O cidadão tem muita facilidade de acessar informações, independentemente de classe social. Até num assentamento da zona rural, você vê senhorinhas conectadas com as redes sociais. E acompanham o que está acontecendo no município. Acredito que se um político faz um trabalho que a população não enxerga ser um trabalho positivo, ele vai ter resposta nas urnas com certeza. Eu sempre digo: administrar, fazer gestão de um município, é priorizar. Mesmo com recursos, ninguém consegue fazer tudo. Inclusive, para minha surpresa, Dubai, que é uma das cidades mais conhecidas no mundo pelos investimentos em infraestrutura, sofreu alagamento no período chuvoso. Certamente algumas obras foram mal projetadas. Imagine, então, em municípios com deficiência de receita. Então eu acredito que administrar é isso: definir prioridades com os recursos que se têm à disposição. E tais recursos vão ser sempre bem menores que os problemas que a gente tem de administrar.

Aqui em Luziânia, temos como prioridade cuidar das pessoas que mais precisam da prefeitura no dia a dia. E programas como o Opera Luziânia e o Tarifa Zero mostram isso. Ando muito focado nas ações que conseguimos colocar em funcionamento e naquelas que iremos implementar ao longo de 2024. E neste ano, com a proximidade do prazo final de filiação partidária, que é final de março e início de abril, vamos começar a dialogar com partidos aliados e outros que ainda não estão em nossa base de apoio, para construirmos uma frente ampla para as próximas eleições.

Diego Sorgatto e o deputado federal Célio Silveira

Luciana Amaral – O senhor pretende mudar de partido?

Diego Sorgatto – Estou filiado à União Brasil, que é o partido do governador, nosso principal parceiro. Não pretendo sair da sigla, a não ser que surja algum fato novo, mas hoje a minha intenção é permanecer na União Brasil.

Luciana Amaral – O Distrito do Jardim Ingá é famoso por definir eleições. O seu vice-prefeito será alguém que tenha força no Ingá?

Diego Sorgatto – O vice, no meu entendimento, é alguém que deve ter força para trazer votos e apoios que não temos em algum segmento ou partido. E obviamente, dentro desse partido, segmento ou grupo que vier conosco, é necessário que haja alguém com perfil que nos ajude a administrar o município. Eu tive uma frustração muito grande com a atual vice-prefeita de Luziânia. É uma pessoa que começou conosco, dei todas as condições de trabalho para que ela pudesse nos auxiliar, mas, infelizmente, por imaturidade ou desequilíbrio, hoje muito mais atrapalha do que ajuda. Então, eu não quero que a gente tenha novamente uma frustração desse nível. Espero que a gente consiga, se Deus e o povo permitir um provável segundo mandato, alguém na vice-prefeitura que possa somar conosco.

Luciana Amaral – E quais as suas perspectivas quanto à formação de uma bancada governamental forte na Câmara Municipal?

Diego Sorgatto – Nós temos uma Câmara em Luziânia de alto nível. São homens e mulheres que têm agido com muita responsabilidade, principalmente pelo contato mais próximo que eu tenho dos parlamentares que compõem nossa base de apoio. Eu já fui vereador, tenho experiência no Legislativo Municipal e sei como funciona o trabalho. O vereador é uma forte ferramenta de ligação entre a população e o poder público do município. Então, os vereadores têm feito um grande trabalho de nos trazer as demandas, além de obviamente legislar, elaborar projetos e leis que criam condições para o trabalho da prefeitura. Temos também ótimas propostas colocadas em prática que são sugestões de nossa bancada. Hoje eu estou muito satisfeito com o apoio que tenho tido do Legislativo; temos, de fato, conseguido trabalhar em sintonia. E quando as instituições e as lideranças políticas de uma cidade estão unidas em torno de um propósito, a cidade avança, cresce e a população ganha com isso. Graças a Deus, Luziânia tem vivido isso, com pessoas sérias, que pensam no avanço da cidade. E eu pretendo manter essa sintonia e diálogo, independentemente dos parlamentares que venham a ser eleitos.