Rudson Guerra detalha projetos e investimentos para o esporte no Entorno de Brasília
28 junho 2024 às 12h08
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Major na Polícia Militar do Estado de Goiás (PMGO), com 23 anos de trajetória na corporação, Rudson Rosa Guerra assumiu, em fevereiro deste ano, a titularidade da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), em Goiás. A escolha de seu nome para integrar o secretariado do governador Ronaldo Caiado (UB) se deve, principalmente, à sua experiência como superintendente de Segurança e Infraestrutura Esportiva, cargo que ocupava na Seel desde a criação da pasta, em 2019. Nesse período, ele esteve diretamente envolvido em diversas iniciativas voltadas para o desenvolvimento do esporte em Goiás.
À frente da Secretaria, Rudson Guerra compartilha detalhes sobre diversos projetos esportivos e sociais que estão em andamento no Entorno, incluindo a instalação de um novo centro de excelência para atletas paralímpicos entre Valparaíso e Luziânia. Para ele, são fundamentais as parcerias com os municípios para garantir o sucesso dessas ações.
Nesta entrevista ao Jornal Opção Entorno, Rudson aborda, ainda, o apoio a atletas de alto rendimento por meio do programa Pró-Atleta e sobre como é feita a prestação de contas dos recursos recebidos. O titular da Seel destaca também projetos como o Viva Mais Goiás, o Construindo Campeões e a Copa Quilombola, que visam promover a inclusão social e a formação de cidadãos por meio do esporte.
Paulo Henrique Magdalena – A Secretaria de Esporte e Lazer anunciou que vai construir campos de futebol society de grama sintética em 18 municípios do estado. Quais cidades do Entorno serão contempladas e qual é o valor dos investimentos?
Rudson Guerra – Eles estão sendo trabalhados em todo estado. Nós temos seis cidades do nordeste goiano e duas do Entorno de Brasília, Padre Bernardo e Santo Antônio do Descoberto. Temos a previsão de expandir esse benefício no segundo semestre e em 2025, indicando novos municípios no Entorno. O investimento na cidade de Padre Bernardo é de R$ 342 mil e em Santo Antônio do Descoberto é de R$ 336 mil. Nesses municípios já foi dada a ordem de serviço para a construção.
Paulo Henrique Magdalena – Raiza Goulão, ciclista de Pirenópolis, classificou-se recentemente para as Olimpíadas. Existe a expectativa de que outros atletas da Ride e do Entorno ganhem a mesma proporção?
Rudson Guerra – Nós trabalhamos com diversos projetos na região. Temos o Construindo Campeões e estamos iniciando o Goiás Bom de Bola no segundo semestre. Existem, hoje, sete municípios do Entorno que são atendidos pelo Pró-Atleta, projeto em que o estado oferece uma bolsa a atletas de alto rendimento: Águas Lindas, Cidade Ocidental, Luziânia, Valparaíso, Novo Gama, Cristalina e Abadiânia. São 36 esportistas beneficiados na região e, nesse ano de 2024, eles irão receber 12 meses de bolsa. Já em relação à iniciação esportiva, temos o projeto Construindo Campeões atuando em nove municípios. Nessas cidades, estamos formando, hoje, 1650 atletas nas artes marciais. É bom citar que, desse grupo, 10 foram campeões mundiais de karatê no mês de março em Malta, na Europa.
Paulo Henrique Magdalena – O Pró-Atleta deve atingir a marca de R$ 12 milhões em investimentos nos atletas goianos. Quais são os critérios utilizados pelo programa para selecionar os esportistas que receberão apoio financeiro?
Rudson Guerra – O critério é a análise do currículo do ano anterior. Claro que a gente respeita cada nível de competição, seja municipal, regional, estadual, nacional ou internacional. Ao final do ano, a própria federação faz uma relação de todas as etapas e todas as competições em que o atleta participou, e faz a pontuação dos cinco melhores do ranking. Então a gente consegue avançar em mais algumas categorias. Mas a forma de avaliação são justamente competições do ano anterior. Aquilo em que eles estiverem competindo em 2024, serão os objetos de avaliação para o ano de 2025.
Paulo Henrique Magdalena – Quais são as expectativas do Pró-Atleta em termos de desempenho dos atletas goianos beneficiados pelos investimentos?
Rudson Guerra – A expectativa é que, nas próximas Olimpíadas, nós tenhamos algumas dezenas de atletas goianos participando. A Raiza está, hoje, representando Goiás, competindo nas Olimpíadas. Já está classificada, é do Pró-Atletas e nós estamos apoiando essa viagem dela. A intenção nossa é que esses esportistas de alto rendimento tenham todos expressão internacional. Hoje, nós podemos trabalhar muito a questão inclusiva do paradesporto. Para se ter uma ideia em relação a isso, metade da Seleção Brasileira feminina de vôlei é de Goiás e recebe também o Pró-Atleta. Então nós já temos representantes nas Olimpíadas e nas Paralimpíadas. A intenção é que nos próximos Jogos Olímpicos, em 2028, Goiás seja exemplo de atletas participantes nas duas competições.
Paulo Henrique Magdalena – Os atletas beneficiados pelo Pró-Atleta precisam prestar contas sobre a utilização dos recursos? Se sim, como esse processo é realizado?
Rudson Guerra – A bolsa pode ser utilizada para alimentação, saúde, estrutura, treinamento e competição. Os atletas devem prestar contas sobre isso mensalmente, na Secretaria de Esporte, por meio das notas fiscais.
Paulo Henrique Magdalena – Poderia citar outros projetos importantes da Seel em andamento?
Rudson Guerra – Nós temos alguns programas em andamento, como o Viva Mais Goiás, que, por determinação da primeira-dama Gracinha Caiado, está sendo expandido em todo o estado. É um projeto voltado para a terceira idade. Temos também o Construindo Campeões, que o governador Ronaldo Caiado sempre menciona como o maior projeto social esportivo público do país. Estamos com 12.600 atletas. Neste caso, o estado fornece tudo. A criança, o jovem e o idoso não precisam fazer nenhum tipo de investimento adicional. A única contrapartida que exigimos é que a questão escolar esteja em dia. Com isso, conseguimos avançar em todo o estado. Só na região do Entorno, como havia dito, temos 1.650 atletas cadastrados. Estamos iniciando o Goiás Bom de Bola, que também será implementado, por determinação do governador Ronaldo Caiado, no Entorno de Brasília. Esse projeto é voltado para vôlei, handebol, futsal, futebol de campo e basquete. Assim, passamos a trabalhar os esportes coletivos. Temos também a Copa Quilombola, que avança nas regiões sul, norte, Entorno de Brasília e nordeste goiano. Todos esses projetos têm inscrições abertas. A Secretaria de Esporte sempre trabalha com o seguinte objetivo: tentamos formar atletas de alto rendimento. Caso não consigamos, formamos o caráter do cidadão, oferecendo, pelo menos, uma opção de vida para ele.
Paulo Henrique Magdalena – Como funciona a Copa Quilombola?
Rudson Guerra – O governo do estado, desde 2021, vem trabalhando esse programa de inclusão social dos povos. Nós fizemos as competições masculina e feminina. Iniciamos em um campo de terra e, em 2022, já usamos um campo gramado. Inclusive, fizemos na região do Entorno. O estado participa com todo material esportivo, mão de obra, hospedagem, transporte e alimentação. Este ano, a Copa Quilombola deve ser realizada em novembro no Entorno de Brasília e no nordeste goiano. Devemos atuar em Valparaíso, Formosa, Posse, Cavalcante e Flores de Goiás.
Paulo Henrique Magdalena – Como os atletas paralímpicos da região estão sendo assistidos pela Secretaria?
Rudson Guerra – Estamos finalizando o projeto para iniciar um núcleo no Entorno. Ele deve ficar entre Luziânia e Valparaíso. Mas não impede, também, parcerias com os prefeitos, para que a gente possa avançar em mais municípios. O estado fornece toda a formação dos professores indicados pelos prefeitos e todo o material a ser utilizado. A Secretaria de Esporte já tem esse projeto pronto. O que nós precisamos é a parceria com os municípios.
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