Aos 35 anos, José Délio Alves Júnior, conhecido como Zé Délio Jr. (UB), prefeito de Hidrolândia, foi definido como candidato único à presidência da AGM, tendo Marden Júnior (UB), prefeito de Trindade, como vice. A negociação foi realizada na noite desta segunda (18), em reunião que contou com a presença, além de Zé Délio e Marden Júnior, do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), e do atual presidente da AGM, Carlão da Fox, prefeito de Goianira.

O prefeito de Hidrolândia ingressou na política no ano de 2012, quando foi eleito, aos 23 anos, o vereador mais jovem da história do município goiano. Em 2016, foi reconduzido à Câmara como o mais votado da cidade. Quatro anos depois, venceu o pleito para o Executivo municipal e, no último dia 6 de outubro, teve seu nome novamente sagrado nas urnas para mais um mandato como prefeito.

Em entrevista ao Jornal Opção Entorno, Zé Délio Jr. fala sobre o papel da AGM em relação às prefeituras do estado, em especial as da região circundante ao Distrito Federal.

Hellen Lopes – A AGM representa todos os prefeitos de Goiás. Como o senhor pretende fazer com que os gestores compreendam o papel e a importância da Associação?

Zé Délio Jr. – O nosso intuito, primeiramente, é articular, para que os municípios que estão desfiliados devido a algum descontentamento ou outro motivo, voltem para a Associação. E, em segundo plano, trabalhar para que a gente possa mostrar o quanto é importante esse cooperativismo, essa forma de agir em conjunto. A gente busca um denominador comum, que é a força, a pujança dos municípios, a vontade de trazer melhorias para o povo. Então, esse é o nosso intuito, de mostrar que o municipalismo só será forte se estivermos unidos, de mãos dadas, sempre pensando em conjunto, até mesmo porque não se pensa um município solo. Os problemas são praticamente iguais, dadas as devidas proporções.

Outro propósito é a descentralização da AGM por meio de coordenações regionais, para que os prefeitos representem a entidade regionalmente, levando demandas para o nosso conhecimento, e até mesmo para que possamos dialogar e debater com os entes federados em nível de estado e União.

Hellen Lopes – Como será sua articulação junto aos prefeitos da região do Entorno do Distrito Federal, se estiver à frente da AGM?

Zé Délio Jr. – Em relação à AMAB, aos municípios adjacentes a Brasília, a gente sabe hoje o quanto o Entorno do DF é importante para o Estado de Goiás, o quanto esses municípios têm crescido e têm sido pujantes. Então, nós precisamos ter uma visão diferenciada, ter uma parceria real com a AMAB, para que as demandas dessa região sejam debatidas, discutidas e incrementadas em nível de política de estado. E já temos essa facilidade junto ao governo, que criou a Secretaria do Entorno. Quanto à AGM, temos uma coordenação regional no Entorno, para que seus prefeitos nos auxiliem, nos ajudem nesse elo, fazendo interlocução entre a AMAB e a AGM. Queremos fazer encontros regionais, capacitação e, sem sombra de dúvida, levar melhorias para o Entorno.

Hellen Lopes – Quais serão os principais desafios, considerando a área de atuação da AGM e seus associados?

Zé Délio Jr. – O grande desafio, hoje, dos municípios, são algumas imposições vindas principalmente do governo federal. Eles precisam ter mais autonomia, arrecadação e recursos vinculados, para darem conta de conciliar todas as demandas. Então, hoje a maior dificuldade é essa: lutarmos para que não haja mais imposições de responsabilidade aos municípios sem que a gente tenha condições de arcar, e tenha uma verba carimbada. Vamos trabalhar para que os órgãos de estado e da União estejam mais próximos dos prefeitos, vereadores, secretários estaduais e municipais, para levarmos melhorias à população dos municípios.

Hellen Lopes – Como o senhor avalia a reforma tributária e seus impactos aos municípios?

Zé Délio Jr. – A reforma tributária está tramitando e os municípios serão os mais penalizados. Nós vamos perder a coparticipação no Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) via valor adicionado, algo que nos preocupa muito. Nós também vamos perder o Imposto Sob Serviço de Qualquer Natureza (ISSQN), que é genuinamente dos municípios e não vai ser mais, porque será vinculado ao IVA, o imposto único, que será criado. É uma situação que os municípios precisam estar atentos, principalmente as entidades classistas que os representam.

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