Talentos esportivos do Entorno ganham projeção nacional

Talento precoce nas pistas, o piloto Vinícius Tessaro, de Formosa, terminou a temporada de corridas em 2023 com chave de ouro e sagrou-se como o grande campeão da Fórmula 4 Brasil com apenas 16 anos de idade. Além disso, o jovem tem ainda mais um motivo para celebrar suas conquistas: recentemente, fechou contrato com a DEForce Racing para disputar a USF Juniors em 2024. Com isso, ele pavimenta o caminho para se tornar possivelmente, no futuro, mais um piloto brasileiro na disputadíssima Fórmula Indy, um dos principais campeonatos do automobilismo do planeta.

Mas, para chegar a esse nível, sua trajetória teve de começar bastante cedo. Porém, não foi nada imposto: tudo fluiu naturalmente. Aos 7 anos, foi convidado pelo pai a experimentar o kart e, a partir desse momento, o vínculo entre Vinícius e as pistas se fortaleceu, tornando-se uma parte essencial de sua vida. “Para mim, o automobilismo é mais do que apenas um esporte. É uma vocação, uma paixão que me impulsiona a superar desafios e me destacar no cenário das corridas”, declara.

Um ano de vitórias importantes

Durante a temporada bem-sucedida na F4, ele registrou seis vitórias, três poles, nove voltas mais rápidas e 10 presenças no pódio, tornando-se líder do campeonato desde a primeira prova. Por tudo isso, Vinícius descreve 2023 como um ano “mágico”, destacando sua evolução expressiva na competição.

O piloto goiano integra a equipe Cavaleiro Sports e acumula, apesar da pouca idade, grandes feitos. Tessaro começou no kart em 2014 e foi Campeão Brasileiro (Mirim e Júnior Menor) e da Copa Brasil (Mirim). Ainda no kartismo, adicionou ao currículo as conquistas do SKUSA Super Nationals, campeão Sul-Brasileiro e bicampeão Brasileiro da Rotax Junior Max. Aos 11 anos, em 2018, o piloto obteve o Capacete de Ouro e em 2022 migrou para a F4 Brasil.

Olhando para o horizonte de 2024, ele considera que sua participação na USF Juniors, nos Estados Unidos, será um novo desafio, que promete novas oportunidades e experiências enriquecedoras em sua carreira.

Apesar de suas raízes familiares abrangerem diferentes regiões do Brasil, com ascendência do Nordeste pela parte materna e do Sul pela parte paterna, Vinícius é natural de Formosa e um orgulho do Entorno do Distrito Federal. Até o momento, não há outros membros de sua família envolvidos no esporte automobilístico, sendo ele o pioneiro nesse caminho.

Sem apoio financeiro de empresas ou incentivos estatais, ele conta com a ajuda da família para bancar sua carreira. Mas com determinação e comprometimento, logo não faltarão patrocinadores em sua jornada.

Promessa nos tatames

Koka, yuko, waza-ari, ippon. Estas e outras palavras japonesas se tornaram usuais no dia a dia do estudante e judoca Angel Alvarenga, 16 anos, de Santo Antônio do Descoberto. E essa mistura entre Goiás e Japão está rendendo bons frutos. O jovem, outro talento do Entorno do DF a despontar no mundo esportivo, já mostra um potencial significativo no judô e está se projetando nacionalmente.

Mas sua jornada pelos tatames começou muito antes, aos 4 anos de idade. “O esporte sempre esteve presente na minha vida”, afirma Angel, que foi iniciado no esporte pelo pai, um dos Idealizadores do Instituto Primitivos, onde ele treina.

Ao longo de sua trajetória, o adolescente conquistou feitos notáveis, incluindo o terceiro lugar nos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs) e a tão almejada classificação para o Cadet Panamerican Cup, na Bahia. Encerrando o ano de 2023 como líder do ranking do DF, ele garantiu ainda a terceira colocação no Campeonato Brasileiro Região IV da categoria 50 kg – sub 18.

De pai para filho

Todas as conquistas alcançadas até então tiveram o suporte fundamental, segundo ele, dos principais incentivadores: Deus, seu pai e sua mãe. “Eles me dão apoio constante em minha carreira”, diz. Ao contrário de muitos atletas de destaque, Angel não conta com patrocínio de empresas ou governo, sendo todo o investimento no esporte custeado pelo pai, o servidor público e idealizador do Instituto Primitivos, Marduck Alvarenga Santos, 35 anos, que é também faixa preta de judô.

 “Comecei a treinar aos 15 anos de idade e aprendi desde cedo que esse esporte formava corpos e mentes mais fortes. Então, quis passar isso para os meus filhos”, relata Marduck, que é também pai de Marlon Miguel, 8; do irmão gêmeo de Marlon, Enzo Enry, já falecido; e Malu, 5. Todos iniciaram no judô muito cedo e, é claro, com o aval e suporte paternos. “Além dos tatames, o Angel Adriel sempre foi um bom filho, bom aluno e bom irmão. Nunca duvidei da sua capacidade e sempre deixei claro que, com dedicação, ele poderá ser o que quiser na vida, reforçando que estarei ao seu lado, independentemente de sua decisão”, frisa.

De acordo com Marduck, Angel vem se projetando no cenário nacional por mérito próprio, com muita disciplina e dedicação ao esporte. “O treinamento árduo e a perseverança dele são inspirações”, elogia. A rotina do adolescente é mesmo exaustiva, equilibrando o estudo em período integral no CEPI José de Assis, onde está prestes a ingressar no 3° ano do Ensino Médio, com a parte esportiva. “Os treinos começam às 20h e estendem-se até às 21h30min, exceto às terças e quintas-feiras, quando começa uma hora mais cedo, às 19h”, detalha o pai.

Planos para 2024

Após os bons resultados de 2023, Angel agora está ansioso pelo calendário de eventos esportivos do próximo ano e almeja se classificar para competições de maior relevância, como o Mundial, além de permanecer no ranking de classificação para o Cadet Panamerican Cup. “Vou manter o foco e a disciplina, treinando diariamente para poder medalhar no brasileiro e ir para o mundial”, finaliza o atleta.