Foi divulgado esta semana o estudo “Censo 2022: retrato demográfico e perspectivas para Área Metropolitana de Brasília (AMB) e Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride-DF)”, realizado pelo Instituto de Pesquisa e Estatística do Distrito Federal (IPEDF) a partir dos dados dos censos demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na Ride e na AMB (que é parte da Ride), há uma tendência de crescimento populacional. Já se for levado em conta apenas o Distrito Federal, percebe-se uma queda nesse índice.

De acordo com o estudo, entre 2010 e 2022 a população da Ride passou de 3,9 milhões para 4,48 milhões, correspondente a um aumento de 14,6%. Já nos 12 municípios goianos que fazem parte da AMB – Águas Lindas de Goiás, Alexânia, Cidade Ocidental, Cocalzinho de Goiás, Cristalina, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Padre Bernardo, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás –, houve crescimento populacional na taxa de 2,22% ao ano. Outro dado interessante é que, em 2010, o número de habitantes nessas cidades correspondia a 25% do total na Ride, em 2010, mas esse percentual subiu para 29,9% em 2022.

Maiores e menores taxas de crescimento

Os municípios que tiveram taxas de crescimento populacional mais expressivas na Ride foram Cidade Ocidental (4,21%), Valparaíso de Goiás (3,53%), Alto Paraíso (3,41%), Cocalzinho de Goiás (3,06%) e Águas Lindas de Goiás (2,94%).

Apenas seis cidades da região – cinco goianas e uma mineira – apresentaram decréscimo demográfico e nenhuma delas faz limite com a capital federal: Niquelândia (-1,59%), Simolândia (-1,04%), Vila Boa (-0,96%), Arinos-MG (-0,19%), Água Fria de Goiás (-0,22%) e Mimoso de Goiás (-0,24%).

A realidade do Distrito Federal

O IPEDF fez uma análise ainda mais detalhada sobre o Distrito Federal e observou uma desaceleração na taxa de crescimento populacional, passando de 2,28% ao ano registrado na primeira década do século, para uma média anual de 0,76% entre 2010 e 2022.

Foi constatada, ainda, queda na taxa de fecundidade e maior envelhecimento da população. As crianças representavam 23,7% dos habitantes do DF em 2010 e, em 2022, correspondiam a 19,9%. Junto a isso, houve taxa de crescimento negativa de menos 0,9% entre a população jovem de 15 a 29 anos.

Em contrapartida, os idosos com idade igual ou superior a 60 anos passaram de 7,7% para 13% da população. “Esse padrão demográfico traz implicações substanciais para políticas públicas, notadamente nas áreas de educação, saúde, previdência social e mobilidade”, diz o estudo, que chama, ainda, atenção para o fato da população potencialmente ativa estar muito acima proporcionalmente dos grupos de 0 a 14 anos e 65 anos ou mais, faixa etária classificada como “população dependente”: “Essa dinâmica sugere um cenário em que a parcela da população em idade de trabalho é substancial, o que pode ter implicações positivas para o desenvolvimento econômico e social”.