Família questiona atendimento médico após morte de criança no Hospital Municipal de Cidade Ocidental

16 abril 2025 às 12h21

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Uma menina de 6 anos faleceu após receber atendimento no Hospital Municipal de Cidade Ocidental, no Entorno do Distrito Federal. Maria Eduarda Ferreira da Silva deu entrada na unidade de saúde e, segundo a família, começou a passar mal logo após a aplicação de um medicamento.
Em vídeo que circula nas redes sociais, Eduardo relata, emocionado, os momentos vividos no hospital: “Minha filha chegou andando de casa. Tomou uma medicação e caiu ao lado da minha esposa. Na mesma hora que tomou a injeção, ela caiu. Ela caiu morta”, lamentou o pai, que também afirma que a filha já havia feito uso do mesmo produto em outras ocasiões, sem apresentar reações.

Ainda no depoimento, ele critica a forma como a comunicação foi conduzida pela equipe da unidade hospitalar: “Deixaram a gente do lado de fora. Quando chamaram, já eram quase 10 horas da manhã. Desde às 7 horas minha filha estava lá dentro. Falaram que ela estava reagindo à medicação, mas já estava morta. Nem deixaram a gente entrar. Só avisaram que ela tinha morrido. Não teve explicação, não teve preparo, nada. Só a notícia da morte da minha filha”.
O que diz a Secretaria de Saúde
A Secretaria Municipal de Saúde de Cidade Ocidental divulgou nota oficial sobre o caso. No comunicado, a pasta confirma que a menina foi levada pela mãe ao hospital no dia 15 de abril, sendo admitida às 7h17. Às 7h26, passou por triagem com queixas de tosse produtiva e cansaço respiratório.
Durante o atendimento médico, a mãe relatou histórico de crises asmáticas. Após avaliação clínica, foi identificado um quadro exacerbado do problema. Como parte do tratamento, foi prescrita e administrada uma dose intramuscular de hidrocortisona (100 mg).
Poucos minutos após a aplicação, segundo o hospital, a criança apresentou uma súbita piora clínica, perdeu a consciência e foi levada imediatamente ao box de emergência, onde foram iniciadas as manobras de reanimação conforme os protocolos do PALS (Suporte Avançado de Vida em Pediatria). As tentativas duraram aproximadamente duas horas. O óbito foi constatado às 9h50.
Devido à natureza inesperada do caso e à ausência de comorbidades conhecidas, a direção do hospital orientou os familiares a registrarem um Boletim de Ocorrência, acionando o Instituto Médico Legal (IML) ou o Serviço de Verificação de Óbito (SVO), para que sejam realizados os exames periciais e a emissão de laudo técnico.
A Secretaria informou que todos os registros e documentos do atendimento – incluindo o Gráfico de Atendimento de Enfermagem (GAE) – estão disponíveis para consulta dos familiares. “Reiteramos nossa solidariedade e profundo pesar, colocando-nos à disposição para prestar os devidos esclarecimentos e o apoio necessário à família”, diz o comunicado.
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