Por Márcio Aguiar*

Diante desse cenário, a prefeita Jessica do Premium (UB) tomou uma decisão administrativa crucial: nomear seu vice-prefeito Alexandre de Jesus (MDB) para a Secretaria de Obras e afastar qualquer possibilidade de envolvimento de sua gestão com um escândalo dessa magnitude. Essa escolha evitou que Santo Antônio do Descoberto se tornasse palco para a replicação de um esquema corrupto, além de garantir o compromisso de seu governo com a moralidade.

Do ponto de vista político, a decisão da prefeita reflete uma postura proativa e alinhada aos princípios de boa governança. Se Adriano Mendes Ribeiro tivesse sido nomeado antes da operação ser deflagrada, sua gestão poderia ser imediatamente associada ao escândalo, gerando danos irreparáveis à credibilidade do governo municipal.

A operação da PCGO também evidencia a postura firme do governo estadual no combate à corrupção. Nos últimos anos, Goiás tem intensificado ações contra desvios de recursos, reforçando a necessidade de parcerias entre os governos municipais e estaduais para garantir uma gestão pública eficiente e livre de irregularidades.

A corrupção, quando se infiltra na máquina pública, compromete diretamente a execução de políticas essenciais. Municípios como Santo Antônio do Descoberto, que enfrentam desafios estruturais significativos, são ainda mais vulneráveis aos impactos da má gestão e do desvio de verbas.

O caso da Goinfra é emblemático, porque revela um modelo de corrupção que se repete em diversos governos: contratos superfaturados, licitações direcionadas e pagamento de serviços que jamais foram executados. Se um agente envolvido nesse esquema assumisse uma secretaria no município, o impacto seria devastador. Recursos que deveriam ser destinados à melhoria de infraestrutura poderiam ser desviados, precarizando ainda mais os serviços básicos e afetando diretamente a população.

Com a nomeação do vice-prefeito Alexandre de Jesus para a Secretaria de Obras, Santo Antônio do Descoberto enfrenta agora o desafio de reestruturar sua infraestrutura de forma eficiente. A cidade tem demandas urgentes em pavimentação, saneamento e manutenção de vias urbanas e rurais, que exigem uma gestão técnica e comprometida.

Desse modo, a responsabilidade do novo secretário é imensa. Ele precisa garantir que os recursos sejam bem aplicados e estabelecer processos de fiscalização rigorosos para evitar qualquer possibilidade de desvios ou ineficiência. A transparência na execução de obras públicas será um fator determinante para que a gestão municipal conquiste credibilidade e apoio popular.

Para isso, é essencial que haja um plano de infraestrutura bem estruturado, com metas claras e monitoramento contínuo. Além disso, buscar parcerias com os governos estadual e federal pode ser uma estratégia importante para viabilizar novos investimentos e acelerar o desenvolvimento da cidade.

*Márcio Aguiar – Cientista político, consultor em comunicação e marketing político

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