Médico é agredido por marido de paciente que morreu após atendimento, em Águas Lindas
14 dezembro 2023 às 15h49
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Um médico foi agredido pelo marido de uma paciente na última segunda-feira, 11, em Águas Lindas de Goiás. A mulher, de 36 anos, teve uma parada cardíaca e morreu após procurar atendimento na Unidade de Pronto Antedimento (UPA) da cidade.
A família da paciente alega negligência no atendimento e diz que o médico a mandou “calar a boca e parar de se debater, porque a dor não era para isso tudo”. O Jornal Opção entrou em contato com a Prefeitura de Águas Lindas de Goiás sobre o caso, mas não obteve retorno até a publicação.
“Após a medicação ela disse que a dor estava melhorando. Pouco depois fui chamado para verificar uma crise convulsiva que teria acontecido, mas quando entrei no consultório ela estava sangrando por ter tirado o acesso venoso sozinha e chutava a parede reclamando de dor na barriga. Foi quando eu disse que ela não podia chutar a parede e arrancar acessos porque poderia se machucar e piorar o próprio quadro”, explicou o médico.
O advogado da família afirma que buscará responsabilizar o município de Águas Lindas de Goiás pelo ocorrido. A defesa do agressor pede o afastamento do médico da UPA. A Polícia Militar (PM) registrou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por lesão corporal dolosa contra o indivíduo que agrediu o médico.
Entenda o caso
Na semana anterior, a mulher deu entrada na unidade com suspeita de dengue, mas a doença não foi confirmada. Após receber alta e retornar para casa, ela continuou apresentando sintomas, e retornou à UPA nesta segunda.
O médico, que foi agredido com pelo menos cinco socos, relata que a paciente, apesar da superlotação devido à epidemia de dengue, foi inicialmente atendida no setor de casos leves. Ao perceber agravamento de seu quadro, solicitou a transferência para o setor de casos graves.
Duas horas após a transferência para o setor de casos graves, o marido invadiu a sala do médico e o agrediu. O médico, que está afastado desde o ataque, disse que teme pelas proporções do caso.
“Minutos antes da agressão, nós [médicos] anunciamos que queríamos reforço na segurança pois todos estavam inseguros com a pressão dos pacientes para que os atendimentos fossem rápidos, em uma unidade superlotada. Semanas antes aconteceu tiroteio na unidade. Eu já fui ameaçado por uma paciente que disse que daria um tiro na minha cara. Não é querendo pagar de coitado, nem de bonzinho, mas não preciso me expor a violência para trabalhar”, disse o profissional.
Um médico foi agredido pelo marido de uma paciente na última segunda-feira, 11, em Águas Lindas de Goiás. A mulher, de 36 anos, teve uma parada cardíaca e morreu após procurar atendimento na Unidade de Pronto Antedimento (UPA) da cidade.
A família da paciente alega negligência no atendimento e diz que o médico a mandou “calar a boca e parar de se debater, porque a dor não era para isso tudo”. O Jornal Opção entrou em contato com a Prefeitura de Águas Lindas de Goiás sobre o caso, mas não obteve retorno até a publicação.
“Após a medicação ela disse que a dor estava melhorando. Pouco depois fui chamado para verificar uma crise convulsiva que teria acontecido, mas quando entrei no consultório ela estava sangrando por ter tirado o acesso venoso sozinha e chutava a parede reclamando de dor na barriga. Foi quando eu disse que ela não podia chutar a parede e arrancar acessos porque poderia se machucar e piorar o próprio quadro”, explicou o médico.
O advogado da família afirma que buscará responsabilizar o município de Águas Lindas de Goiás pelo ocorrido. A defesa do agressor pede o afastamento do médico da UPA. A Polícia Militar (PM) registrou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por lesão corporal dolosa contra o indivíduo que agrediu o médico.
O caso
Na semana anterior, a mulher deu entrada na unidade com suspeita de dengue, mas a doença não foi confirmada. Após receber alta e retornar para casa, ela continuou apresentando sintomas, e retornou à UPA nesta segunda.
O médico, que foi agredido com pelo menos cinco socos, relata que a paciente, apesar da superlotação devido à epidemia de dengue, foi inicialmente atendida no setor de casos leves. Ao perceber agravamento de seu quadro, solicitou a transferência para o setor de casos graves.
Duas horas após a transferência para o setor de casos graves, o marido invadiu a sala do médico e o agrediu. O médico, que está afastado desde o ataque, disse que teme pelas proporções do caso.
“Minutos antes da agressão, nós [médicos] anunciamos que queríamos reforço na segurança pois todos estavam inseguros com a pressão dos pacientes para que os atendimentos fossem rápidos, em uma unidade superlotada. Semanas antes aconteceu tiroteio na unidade. Eu já fui ameaçado por uma paciente que disse que daria um tiro na minha cara. Não é querendo pagar de coitado, nem de bonzinho, mas não preciso me expor a violência para trabalhar”, disse o profissional.
O advogado da família afirmou que aguarda o laudo do Instituto Médico Legal (IML) para confirmar a causa da morte, já que a dengue tinha sido descartada anteriormente.
“Em um exame dos rins dela, estava tudo normal na primeira ida no medico, na semana anterior à morte. Já no dia 11, os indicadores estavam dez vezes mais altos do que o normal. Uma das linhas da investigação é se não houve medicação errada e por isso a parada cardíaca aconteceu”, disse Fábio Cavalcanti.
Agora, como foi registrado um TCO, o caso será encaminhado ao Juizado Especial Criminal, já que, diferentemente de um inquérito policial, é um procedimento mais simplificado, de infrações de “menor potencial ofensivo”, cujas penas máximas não ultrapassam dois anos de prisão.
O Conselho Regional de Medicina de Goiás, em nota, afirmou que repudia a violência. “Infelizmente, esse episódio inadmissível e repugnante contra médicos tem se tornado comum e medidas urgentes precisam ser implementadas para garantir a segurança de quem trabalha salvando vidas. A agressão sofrida pelo médico não representa apenas um atentado à integridade física e moral de um indivíduo, mas é uma afronta a toda a classe médica e ao sistema de saúde goiano”, diz a nota.