Jair Bolsonaro (PL), ex-presidente do Brasil, admitiu a possibilidade de buscar refúgio em uma embaixada caso enfrente prisão devido à sua suposta participação na trama golpista de 2022. Em entrevista ao UOL, Bolsonaro afirmou: “Embaixada, pelo que vejo na história do mundo, quem se vê perseguido, pode ir para lá”. Ele ainda destacou: “Se eu devesse alguma coisa, estaria nos Estados Unidos, não teria voltado”.

A Polícia Federal (PF) concluiu que Bolsonaro liderou a tentativa de ruptura democrática, com o objetivo de prender ou eliminar opositores, como Lula (PT), Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes, do STF.

O relatório da PF, entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), aponta que “os elementos de prova demonstram de forma inequívoca” o envolvimento direto do ex-presidente na organização criminosa responsável pelo planejamento do golpe de Estado.

Bolsonaro foi declarado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por disseminar ataques e mentiras sobre o sistema eleitoral brasileiro. Segundo a PF, ele e outros 36 indiciados responderão por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado democrático de Direito e organização criminosa, crimes que somam penas de 12 a 28 anos de prisão.

Conhecido por seu saudosismo da ditadura militar (1964-1985), Bolsonaro demonstra frequentemente desprezo pelo regime democrático. Durante seu mandato, ele questionou a legitimidade das urnas eletrônicas, ameaçou não entregar a Presidência e incentivou manifestações golpistas.

Após a derrota para Lula em 2022, Bolsonaro tentou articular apoio das Forças Armadas para contestar o resultado eleitoral, mas afirmou que a ideia foi “abandonada”. (Júnior Kamenach)

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