Cristalina poderá receber, em breve, o título de “Capital Estadual do Silício”

04 março 2025 às 10h08

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Segundo Calife, a cidade de Cristalina está localizada estrategicamente a 270 km da capital Goiânia e possui características geológicas únicas que a tornam um epicentro mundial na produção de silício. “Esse mineral é crucial para a fabricação de eletrônicos, satélites e equipamentos hospitalares, desempenhando um papel vital na economia global e na tecnologia moderna”, enfatizou o deputado. A matéria ainda segue agora para a sanção ou veto do Executivo.

A maior reserva de silício em Goiás remonta aos anos 1920, quando garimpeiros chegaram a Cristalina em busca desse recurso. No entanto, o silício só ganhou atenção mundial após a Segunda Guerra, tornando-se essencial na fabricação de satélites e eletrônicos.
Muito embora seja mais conhecida como a “Capital Mundial do Cristal”, atualmente, a reserva de silício de Cristalina – com mais de 40 km de extensão e aproximadamente 100 metros de profundidade – é apresentada turisticamente em um parque natural, criado justamente com o intuito de preservar o silício mais puro do mundo na reserva Pedra do Chapéu do Sol, cujo nome se baseia no megálito de 500 toneladas com 14 metros de altura e 7 metros de largura, considerado um dos maiores achados arqueológicos do planeta.

Produção brasileira
Segundo estudos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Brasil produz mais de 1,2 milhão de toneladas de silício por ano, do qual grande parte é utilizada nas indústrias, como no caso da areia quartzosa e da argila, por exemplo, importantes constituintes na elaboração do cimento portland.
Já a rota metalúrgica de produção de silício grau solar utiliza o minério para a fabricação de ligas metálicas, silicones e cerâmicas industriais, além de transistores para chips, células fotovoltaicas e circuitos eletrônicos. Atualmente, cerca de 89% da geração fotovoltaica é originada a partir de células de silício cristalino.
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