Esse reajuste reflete o encarecimento da geração de energia, impactado pelo risco hidrológico (GSF) e pela elevação do Preço de Liquidação de Diferenças (PLD). A menor afluência nos reservatórios das hidrelétricas tem exigido o acionamento de usinas termelétricas, que são mais caras.

O sistema de bandeiras tarifárias, implementado pela Aneel em 2015, foi criado para sinalizar aos consumidores o custo da energia em cada período. Essa variação leva em conta a disponibilidade de recursos hídricos e o comportamento do mercado de energia, dando aos consumidores uma forma de monitorar os preços e ajustar seu consumo.

Após um longo período de bandeira verde iniciado em abril de 2022, a sequência foi interrompida em julho de 2024 com bandeira amarela, seguida pela verde em agosto, e a bandeira vermelha, patamar 1, em setembro. Agora, com o início de outubro, a bandeira tarifária sobe novamente para o patamar 2, exigindo atenção redobrada dos consumidores que buscam evitar o aumento no valor da conta.

O que dizem os consumidores

“Na minha casa, usamos bomba de água, ou seja, deve aumentar uns 15% na conta de luz. E a nossa remuneração como músico não aumenta. Quando acontecem esses aumentos na conta de energia, a gente fica muito prejudicado”, desabafa o músico Lincoln Bruno Targino Pedrosa, morador de Valparaíso de Goiás. Ele reclama: “O que ganhamos já é apertado e qualquer reajuste desse tipo afeta diretamente o nosso orçamento. No final, acabamos tendo que cortar outras despesas para conseguir pagar a conta!”.

Lincoln Bruno: “O que ganhamos já é apertado e qualquer reajuste desse tipo afeta diretamente o nosso orçamento”

Para o empresário Lucas de Freitas, dono de uma loja de roupas para bebê na região do Entorno, o aumento na tarifa de energia impacta em seu negócio. “Na minha empresa, usamos muita iluminação. Depois que troquei o sistema de iluminação, a conta já aumentou quase R$ 100. Agora, com essa nova bandeira tarifária, a situação vai ficar ainda mais complicada. Quem trabalha com comércio, não tem essa de economizar energia”, explica.

Para Lucas Freitas, a nova bandeira tarifária complica muito a situação de quem trabalha com o comércio

Ele complementa: “Isso vai afetar diretamente os gastos mensais e teremos que calcular o orçamento. Além da iluminação, ainda tem os equipamentos, como computadores, umidificadores e ventiladores, que são essenciais e consomem bastante”, lamenta.