Governo estadual acusa a União de negligenciar repasses para o Hospital de Águas Lindas

15 janeiro 2025 às 14h31

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Opositor político de Lula, o governador Ronaldo Caiado (UB) não tem poupado críticas à gestão petista. Desta vez, em suas redes sociais, ele acusou o governo federal de não realizar repasses para a saúde, setor particularmente sensível para a população que depende do SUS. E citou, em destaque, o Hospital Estadual de Águas Lindas (HEAL), uma das principais obras de sua gestão e que atende todo o Entorno.
Inaugurada em junho de 2024, a unidade hospitalar, segundo Caiado, até hoje não recebe recursos do SUS, apesar da ministra da Saúde, Nísia Trindade, haver se comprometido a arcar com 50% do custeio. Ele frisou que o governo federal tem negligenciado os repasses inclusive para medicamentos de alto custo, “deixando a conta para o Estado”.

O governador ainda acrescentou: “Temos seis policlínicas atendendo há mais de dois anos sem um centavo de contrapartida da União”. Uma delas é a de Formosa, também localizada no Entorno do Distrito Federal.
“O presidente Lula se mostra avesso ao contraditório, colocando a pauta política acima dos interesses legítimos da população”, denunciou. E concluiu: “Goiás sofre com uma verdadeira perseguição federal, enquanto o Brasil segue à deriva, com uma política econômica que caminha para o precipício”.
“O governador está absolutamente correto”
Em entrevista ao Jornal Opção Entorno, o secretário de Saúde de Goiás, Rasível dos Reis, ratificou tudo o que foi denunciado pelo gestor executivo estadual. “O governador está absolutamente correto, quando diz que não temos conseguido os recursos a que fazemos jus”, frisa.
Ele lembra que o investimento para construir e equipar o Hospital de Águas Lindas foi de R$ 157 milhões e sua inauguração contou, inclusive, com a presença da própria ministra da Saúde. “Solicitamos a contrapartida de custeio do hospital na ordem de R$ 55 milhões por ano, já que custo anual total é de R$ 112 milhões. Então, pedimos esse aporte ao Ministério da Saúde, mas não recebemos nenhum centavo, muito embora a gente já tenha protocolado documentos e feito contatos com lideranças”, relata.

De acordo com o secretário, o fato do financiamento da unidade hospitalar ser realizado 100% pelo estado, compromete o investimento em novos projetos e em inovação. “Eu preciso de R$ 41 milhões para implementar a telemedicina, por exemplo. Se o governo federal tivesse feito o aporte de R$ 55 milhões, eu já teria dinheiro para colocar esse projeto em prática”, aponta.
Para ele, a falta de alinhamento político não pode servir de motivo para negligenciar os repasses. “Não misturamos política com a questão da saúde, mas não temos visto essa postura por parte do Ministério da Saúde e o governo federal”, conclui.
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