Presidente do Solidariedade, Eurípedes Júnior se entrega à Polícia Federal

15 junho 2024 às 13h51

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O presidente do Solidariedade, Eurípedes Gomes Júnior, se entregou à Polícia Federal (PF) em Brasília na manhã deste sábado, 15. Ele estava foragido desde a última quarta-feira, 12, e, segundo a corporação, permanecerá sob custódia até ser liberado para o sistema penitenciário. De acordo com a PF, Eurípedes se entregou à polícia por volta das 11h45.
Eurípedes Júnior é alvo de uma operação que investiga supostos desvios de recursos dos fundos partidário e eleitoral do partido PROS nas eleições de 2022. O PROS foi incorporado pelo Solidariedade no ano passado. As investigações começaram após uma denúncia feita por Marcus Vinicius Chaves de Holanda, ex-presidente do PROS, que acusou Eurípedes Júnior de desviar cerca de R$ 36 milhões do partido.
Entenda a operação
Em 2019, as sedes do PROS em Brasília e em Planaltina de Goiás já tinham sido alvo de busca e apreensão da Polícia Federal. A corporação suspeitava de superfaturamento de contas de candidatos encaminhadas ao Tribunal Regional Eleitoral do Distrito Federal (TRE-DF). De acordo com um relatório elaborado pela corporação à época, havia indícios de irregularidades nas contas de candidatos do partido no DF e em outros estados.
Na época, a PF investigava o repasse de recursos milionários do fundo eleitoral para candidatos que tiveram votação inexpressiva nas eleições de 2018. O PROS alegou usar a própria gráfica – situada em Planaltina de Goiás – para imprimir o material de campanha de alguns candidatos. A sigla declarou esses valores como recursos estimáveis.
Na eleição de 2018, o partido disse, na prestação de contas inicial, ter investido mais de R$ 670 mil com propaganda para um concorrente a deputado distrital que obteve 690 votos. Durante a análise das despesas pelo TRE-DF, o valor foi retificado para R$ 17,7 mil e se afirmou que os recursos foram destinados também a outros concorrentes. As contas foram, então, aprovadas. O mesmo ocorreu com outras candidaturas do Distrito Federal.
Na análise da prestação de contas de outra candidatura a deputado distrital, o desembargador que relatava o caso afirmou que existiam nos autos “indícios de possíveis irregularidades graves na contabilização das prestações de contas eleitorais dos candidatos a deputado distrital e federal do PROS/DF, nas eleições de 2018″. Ele ressaltou que as suspeitas não eram objeto das apurações da prestação de contas, o que estava a cargo da Polícia Federal. Nessa situação, apesar das retificações nos valores, as contas foram desaprovadas pelo tribunal. (Giovanna Campos)
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