Rota da Fruticultura proposta na Alego tem conceito similar à que já existe na Ride

18 março 2024 às 12h53

COMPARTILHAR
Está em tramitação, na Assembleia Legislativa de Goiás, o projeto lei n° 9985/23, do deputado estadual André do Premium (Avante), que visa criar a Rota da Fruticultura. O objetivo é desenvolver o agronegócio, turismo e empreendedorismo no Entorno, abrangendo as seguintes cidades: Água Fria de Goiás, Cabeceiras, Mimoso de Goiás, Vila Boa, Abadiânia, Alexânia, Cocalzinho de Goiás, Corumbá de Goiás, Flores de Goiás, Padre Bernardo, Pirenópolis, Águas Lindas de Goiás, Cidade Ocidental, Cristalina, Formosa, Luziânia, Novo Gama, Planaltina, Santo Antônio do Descoberto e Valparaíso de Goiás.
Na justificativa da proposta, o deputado alega que a ideia é “potencializar os recursos naturais, culturais e agrícolas já existentes na região, promovendo o crescimento econômico sustentável e gerando inúmeros benefícios para a comunidade”.
Um dos impactos positivos do projeto, de acordo com o parlamentar, é a diversificação das atividades econômicas pelos produtores rurais. Já na parte turística, a Rota da Fruticultura abre a possibilidade de abertura de novos empreendimentos no Entorno, como pousadas, restaurantes e lojas de artesanato, promovendo desenvolvimento na região, inclusive no que concerne à infraestrutura.

Rota da Fruticultura RIDE-DF
Apesar da proposta do deputado trazer, a princípio, boas perspectivas para o Entorno, já existe na região algo similar, que é a Rota da Fruticultura RIDE-DF, criada pelo Governo Federal há 3 anos por meio do programa Rotas de Integração Nacional (Rotas), do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR). A iniciativa tem como parceiros a Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf); Companhia Nacional de Abastecimento (Conab); Embrapa Cerrados; Superintendência Federal de Agricultura do Distrito Federal (SFA-DF); Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); Serviço Nacional de Aprendizagem Rural Administração Regional do Distrito Federal (Senar-DF); Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) e Organização das Cooperativas do Distrito Federal (OCDF).

Estão envolvidos 29 municípios de Goiás, quatro de Minas Gerais e o Distrito Federal. Segundo o coordenador geral da Rota da Fruticultura, Luiz Curado, esta ação criada pelo Governo Federal, que é uma entre as 11 Rotas no país mapeadas pelo MDR, traz uma visão diferenciada da produção frutícola e dá importância à comercialização de produtos de qualidade. “É voltada para o pequeno agricultor, mas organiza a união de toda a produção: do grande, médio e pequeno para a criação de um volume de frutas certificadas e de origem, com qualidade para exportação, expertise que os profissionais da Rota RIDE-DF possuem e trabalham para esse fim”, explica o coordenador, que acrescenta: “O nosso foco são os berries – mirtilo, framboesa, amora e morango – e açaí. Além disso, incentivamos também a produção de outras frutas, tais como avocado, maracujá e os frutos do Cerrado, como pequi, mangaba, baru etc”.
Luiz Curado diz desconhecer o projeto do deputado André do Premium; porém, se for seguido o conceito das Rotas, ele imagina que será bem próximo ao que já funciona no Entorno do DF. “Acho salutar novas iniciativas para beneficiar os agricultores e na RIDE-DF já são 25 mil propriedades de agricultura familiar”, salienta. “O momento é de união, para transformar a nossa região em um grande polo produtor de frutas e berries, em especial”.

O papel da Emater
Um dos parceiros da Rota da Fruticultura, a Emater-DF presta auxílio técnico aos produtores no cultivo das frutas. “Passamos a eles todas as informações possíveis, desde o custo de produção a como acessar o crédito rural, como fazer irrigação e adubações, quais são as projeções de colheita e de receita, entre outros dados”, diz o coordenador da Fruticultura da Emater-DF, Felipe Camargo.

Ele considera que o projeto em tramitação na Alego deverá vir nos mesmos moldes da iniciativa do Governo Federal. “Na verdade, é uma cópia de uma rota de integração nacional que já existe no ministério há muito tempo, de desenvolvimento regional”, finaliza.