Três municípios do Entorno estão entre os que mais contribuem para o PAA Goiás
16 outubro 2024 às 13h08
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O Programa de Aquisição de Alimentos do Estado de Goiás (PAA Goiás) teve um crescimento de mais de 70% no número de agricultores cadastrados, em relação a 2023. Esse aumento expressivo se deve, em grande parte, ao Entorno, região no estado que mais contribui para o PAA.
Para se ter ideia, das cinco cidades goianas com mais projetos inscritos no programa, três são circunvizinhas ao Distrito Federal: Formosa, com 154 projetos; Planaltina, com 52; e Cocalzinho de Goiás, com 26. Também participam, mas em menor número, agricultores de todos os outros municípios da Região Metropolitana do Entorno (RME), à exceção de Padre Bernardo, segundo informa a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Goiás (Seapa).
Os pequenos produtores dessas localidades colaboram principalmente com a mandioca, que lidera tanto em volume ofertado quanto em demanda, seguida pela melancia, milho-verde, abóbora cabotiá e couve. Cada um pode receber, por meio do PAA Goiás, até R$ 15 mil pela venda dos alimentos.
Vantagens para o produtor
Segundo a superintendente de Produção Rural da Seapa, Patrícia Honorato, esse protagonismo do Entorno se deve a alguns fatores, como o comprometimento dos participantes cadastrados com o propósito do programa. “O agricultor familiar muitas vezes tem dificuldade em comercializar seus produtos a um preço interessante. E o PAA adquire esses alimentos a um valor que é vantajoso ao produtor”, pontua.
Ela destaca, ainda, o trabalho técnico e logístico da Emater na região, orientando os agricultores para que consigam produzir em tempo hábil e fazer a entrega no momento oportuno. “Além disso, a Emater emite o Cadastro do Agricultor Familiar (CAF), documento que habilita o produtor a participar das políticas públicas, como o PAA. E no início deste ano, ela fez mutirões para emissão do CAF em diversos locais, o que contribuiu também para os resultados que estamos colhendo agora no Entorno”, analisa a superintendente.
Compra com doação simultânea
Vale destacar que o PAA Goiás é financiado pelo Fundo de Proteção Social do Estado de Goiás (Protege Goiás), sendo uma iniciativa gerida pela Seapa em parceria com o Gabinete de Políticas Sociais (GPS) e a Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), via Goiás Social.
O programa contempla apenas pessoas físicas, utilizando a modalidade Compra com Doação Simultânea, diferentemente do PAA do governo federal, que adquire os itens alimentícios de cooperativas e associações. “O estado compra os alimentos da agricultura familiar e faz a doação simultânea a entidades socioassistenciais, como lares de idosos, organizações filantrópicas, creches, entre outras. Portanto, entregamos esses alimentos a quem realmente mais precisa”, esclarece Patrícia Honorato.
Neste ano, foram destinados recursos na ordem de R$ 15 milhões para viabilizar o programa, sendo mais de R$ 4 milhões para o Entorno. Além disso, dos 145 municípios goianos com propostas classificadas para a edição 2024, 59% das inscrições foram enviadas por mulheres e 41% por homens.
PAA Leite
Outra iniciativa implementada pelo governo de Goiás é o PAA Leite, voltado a cooperativas e associações, que fornecem leite tipo C ou em pó, destinado a famílias em situação de vulnerabilidade. No Entorno, há 83 produtores de Luziânia selecionados para o programa.
O recurso destinado ao PAA Leite está orçado em R$ 10 milhões e o teto por organização fornecedora é de R$ 1,5 milhão, com a primeira entrega prevista para 1º de novembro. A superintendente da Seapa esclarece, porém, que os derivados lácteos, como doce de leite e queijo, não fazem parte desse programa, pois integram o PAA Goiás.
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