Diretor da PF destaca “resposta energética” contra extremistas após atentado em Brasília e novas ameaças ao STF
14 novembro 2024 às 17h08
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O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, afirmou nesta quinta-feira, 14, que a corporação está investigando um ataque ocorrido na noite de quarta-feira, 13, em Brasília, sob a hipótese de terrorismo, destacando sinais de “planejamento de longo prazo”. Rodrigues também alertou para a presença de “grupos extremistas ativos” no país e defendeu uma “reação enérgica” das autoridades para lidar com esse tipo de ameaça.
O ataque foi protagonizado por Francisco Wanderley Luiz, identificado como o homem-bomba que detonou explosivos nas imediações do Supremo Tribunal Federal (STF). O incidente teve início quando Luiz estacionou seu carro, contendo artefatos explosivos, nas proximidades do Anexo 4 da Câmara dos Deputados e depois seguiu até a Praça dos Três Poderes, onde lançou objetos em direção ao prédio do STF e à estátua da Justiça. Após ser abordado por um vigilante, Luiz se deitou e acionou um dispositivo explosivo, causando sua morte instantânea.
De acordo com Rodrigues, o episódio não deve ser tratado como um caso isolado, mas sim como parte de uma série de investigações relacionadas a grupos extremistas no Brasil. A Polícia Federal está tratando o caso sob duas vertentes: como um possível ato terrorista e como um atentado ao Estado Democrático de Direito.
Embora ainda seja cedo para afirmar se Luiz teve participação direta nos atos violentos de 8 de janeiro de 2023, Rodrigues mencionou que o autor do ataque havia sido registrado em Brasília no início de 2023 e deixou uma mensagem em sua residência que faz referência a um ato de pichação ocorrido na estátua da Justiça durante os eventos de janeiro.
O boletim de ocorrência registrado pela Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) classificou a morte de Luiz como “auto lesão fatal”. No entanto, a PF abriu um inquérito paralelo, dado a gravidade do ataque, que ocorreu em um local de alta relevância institucional.
Para garantir a segurança, forças de segurança realizaram varreduras em áreas próximas ao STF e ao Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, em busca de outros possíveis artefatos explosivos. A Esplanada dos Ministérios chegou a ser fechada temporariamente.
Rodrigues também mencionou que Luiz havia feito publicações em suas redes sociais que indicam uma possível ameaça às autoridades. Em uma das postagens, ele afirmou que a Polícia Federal teria “72 horas” para “desarmar a bomba”. Em outra mensagem, Luiz falou sobre um “grande acontecimento” previsto para o dia 13 de novembro e fez referências a políticos, militares e à Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
A PF considera o caso grave e continua investigando possíveis conexões entre Luiz e outros grupos extremistas que possam estar atuando no Brasil. O diretor-geral da corporação ressaltou a necessidade de agir de forma coordenada e decisiva para neutralizar qualquer ameaça à segurança pública e à democracia. As investigações continuam em andamento, com a expectativa de que novos desdobramentos possam surgir a partir da análise dos materiais e mensagens encontradas nas redes sociais de Luiz.
O ataque em Brasília, somado às novas ameaças recebidas pelo STF, coloca novamente em evidência o risco representado por grupos extremistas no país e reforça a necessidade de uma resposta firme por parte das autoridades competentes. (Gustavo Soares)
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