Vídeo sugere que candidato Lulinha Viana teria xingado agentes da Polícia Federal

06 setembro 2024 às 09h48

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“Tenho certeza de que Fábio Correa vai voltar já pra prefeitura, para a cadeira dele, segurando um papel de inocência, segurando na cara desses vagabundos um atestado de competência e de bom trabalho”, desabafou o prefeito e candidato ao Executivo de Cidade Ocidental, Lulinha Viana (PP), em vídeo divulgado nas redes sociais e repercutido pelo jornal Radar Ocidental.
A polêmica declaração serviu como mais um ingrediente no “tsunami” que tomou conta, esta semana, da prefeitura de Cidade Ocidental e secretarias municipais, alvos de operação deflagrada pela Polícia Federal e Controladoria-Geral da União (CGU). O afastamento do prefeito Fábio Correa (PP) do cargo foi a cereja do bolo, obrigando o seu pupilo político e vice-prefeito, Lulinha, a assumir as rédeas do Executivo precocemente.
Para apimentar ainda mais a situação, uma narração em off no vídeo informa que o candidato teria reunido, na ocasião, um grupo de servidores em cargos comissionados para xingar e descredibilizar o trabalho da Polícia Federal, “uma instituição séria, que esteve na Cidade Ocidental para concluir seu trabalho de investigação que se iniciou há mais de um ano e só agora foi deflagrada a Operação Ypervoli. Com isso, ele ataca todas as emissoras de televisão que noticiou (sic) o ocorrido”. Ao final, o narrador conclui: “Como um candidato a prefeito chama policiais que estão em exercício do dever de ‘vagabundos’?”.
“Manobra política”
Questionado pelo Jornal Opção Entorno sobre sua fala, Lulinha disse ter se indignado, na realidade, com a oposição, e não com os policiais. “Acho muito estranho, porque logo agora, logo nesse momento, depois de oito anos de governo, com todas as prestações de contas aprovadas pelo Tribunal de Contas, pela Câmara de Vereadores, logo num momento desse, chega uma operação como essa, inclusive falando de assuntos que já foram investigados e nada foi descoberto. Um município que está entre os mais transparentes do Estado de Goiás e, de repente, num momento delicado, de eleição, aparece uma investigação”, afirmou, acrescentando que de forma alguma iria falar alguma coisa contra a Polícia. “Pelo contrário: sou um defensor dos poderes e que a Polícia tenha sim, autonomia para procurar e investigar, inclusive o nosso governo. Agora, que tenha um pouco de sensibilidade e isso não seja usado para atender a interesse de alguns. Eu achei muito estranho essa operação nesse momento, muito estranho mesmo, mas de forma alguma eu me direcionei aos policiais e autoridades. Eu só acho que é uma manobra política. Só isso”, concluiu.
A Operação Ypervoli foi deflagrada na última quarta pela PF e CGU, e investiga um esquema de corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, fraudes à licitação, peculato e organização criminosa no Distrito Federal e Entorno.
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