Uma operação conjunta das forças de segurança pública foi realizada em Cristalina (GO) para reprimir a exploração ilegal de minérios, especialmente cristais brutos. A ação, deflagrada após dias de monitoramento e denúncias sobre atividades de garimpo irregular, também apurou a invasão de propriedades privadas na zona rural do município.

Até o momento, mais de 70 pessoas foram levadas à Delegacia de Polícia da cidade. Ao todo, foram lavrados 44 autos de prisão em flagrante e 23 Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCO), com base na Lei de Crimes Ambientais (Lei 9.605/1998) e na Lei 8.176/1991, que trata da usurpação de bens da União. Por se tratar de recurso natural pertencente à União, a extração de cristais sem autorização configura infração penal grave.

Durante a operação, foram apreendidos diversos materiais e equipamentos utilizados na atividade ilegal. Entre os itens confiscados estão 27 veículos automotores, oito motocicletas, 22 sacos e 15 baldes contendo minerais, além de 68 peneiras, 49 pás, 38 picaretas e 10 enxadas. No total, a polícia recolheu cerca de meia tonelada de cristais brutos, que seriam comercializados ilegalmente.

Tenente-coronel Arantes, comanda a operação “Estamos apurando não apenas a atuação dos garimpeiros ilegais, mas também quem são os compradores desses cristais”.

Segundo o tenente-coronel Arantes, comandante regional do Entorno Sul, a operação já estava sendo planejada, mas foi antecipada devido ao aumento das denúncias. “Essa operação foi necessária porque o policiamento ostensivo, por si só, não estava surtindo o efeito desejado. Já vínhamos monitorando esses garimpos ilegais, inclusive com várias ocorrências registradas pela PM. Era preciso uma ação mais efetiva, envolvendo todos os órgãos: Polícia Civil, Prefeitura, Perícia, Batalhão Ambiental e Batalhão Rural”, afirmou o oficial.

O apoio aéreo foi necessário para a operação. Imagem: Reprodução: PMGO

Arantes também ressaltou que as investigações prosseguem, com foco em identificar outros envolvidos.
“Estamos apurando não apenas a atuação dos garimpeiros ilegais, mas também quem são os compradores desses cristais, se há envolvimento de proprietários das terras exploradas e a origem das pessoas detidas. Essa primeira ação foi para conter a urgência da situação, mas o trabalho continua, e novas operações estão previstas”, concluiu.

A Prefeitura de Cristalina foi procurada pela reportagem, mas não se pronunciou até o fechamento desta edição. O espaço permanece aberto para manifestações futuras.