Estudantes de Formosa fazem história no programa de Caça Asteroides da Nasa

15 fevereiro 2025 às 11h20

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O programa é uma iniciativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) em parceria com a Nasa e o International Astronomical Search Collaboration (IASC). O Centro de Ensino em Período Integral (CEPI) Professora Izabel Christina de Sousa Ortiz, escola que é pioneira no programa em Goiás, já acumula três anos consecutivos de participação e já detectou possíveis asteroides em diversas oportunidades.
Em 2024, 87 estudantes e oito professores do CEPI foram condecorados na cerimônia de entrega de medalhas em Brasília, reconhecendo seu esforço e dedicação na análise de imagens captadas por telescópios da Nasa. Sob a orientação do professor de matemática e astrônomo amador Arlley Fraga, os alunos se destacaram ao realizar 12 detecções prévias de asteroides ao longo do ano.
A estudante do 9º ano, Ágatha Gomes, participante da eletiva de Astronomia desde o 6º ano, relata que todos ficaram muito animados com as descobertas e compartilharam os achados. “Foi uma mistura imensa de felicidade, surpresa e alegria, porque percebemos que realmente estávamos ajudando na pesquisa astronômica”, comemora.
Referência no projeto
O programa, que começou na escola em 2021, surgiu do interesse dos alunos por Astronomia durante as aulas de Iniciação Científica. “Os estudantes demonstraram curiosidade sobre o universo e, a partir disso, fomos aprofundando os estudos, desde a construção de foguetes de garrafa PET, até a análise de imagens astronômicas. Esse envolvimento levou à participação no Caça Asteroides e hoje somos referência no projeto”, orgulha-se o professor Arlley.
A metodologia do programa consiste na análise de imagens captadas por telescópios da Nasa no Havaí, enviadas aos estudantes para que possam identificar asteroides em potencial. A cada detecção, um relatório é enviado ao IASC para validação. “No início, parecia algo muito complicado, mas conforme fomos aprendendo a analisar as imagens e identificar possíveis asteroides, tudo ficou mais emocionante. Saber que nosso trabalho poderia realmente contribuir para uma descoberta astronômica foi muito motivador”, relata Ágatha.

Uma nova visão de mundo
O sucesso dos alunos também foi reconhecido em outras iniciativas científicas. A equipe participou da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA) e da Olimpíada Brasileira de Foguetes (OBAFOG), chegando a lançar alguns deles no Rio de Janeiro e quebrar recordes estaduais. “A ciência mudou minha forma de ver o mundo e quero incentivar outros jovens a descobrirem o incrível potencial que temos para aprender, inovar e ir além”, finalizou Ágatha, que também sonha em seguir carreira na área espacial e já se tornou astronauta análoga em um curso da Vogel, em Brasília.
Com mais de 150 alunos já envolvidos no projeto desde sua criação, o CEPI Professora Izabel Christina segue promovendo a ciência cidadã e incentivando novas gerações a explorarem o universo. “Nosso objetivo é despertar a curiosidade e mostrar que qualquer pessoa pode contribuir para a ciência, mesmo ainda na escola, conclui Arlley.
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