Obra da ponte Pacaembu enfrenta novos entraves, com possíveis medidas punitivas contra a empresa contratada
Paulo Henrique Magdalena
28 março 2025 às 16h15
COMPARTILHAR
Em nova nota enviada ao Jornal Opção Entorno, a Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) explicou que a empresa responsável pela execução da ponte Pacaembu-Pedregal, que liga os municípios de Novo Gama e Valparaíso, solicitou a paralisação devido às condições climáticas adversas. A data prevista para o retorno das obras era 10 de março de 2025, mas no dia 9 a empresa comunicou à Seinfra que não conseguiria retomar os serviços devido a dificuldades financeiras.
O órgão notificou a empresa em 12 de março, exigindo a continuidade imediata das obras e dando um prazo para manifestação. Contudo, até terça-feira (25 de março), não houve resposta. Como resultado, a Secretaria anunciou que tomará medidas punitivas, podendo destituir a empresa do contrato e promover uma nova licitação, caso a construção não seja retomada.
A Seinfra também informou que, apesar da paralisação, o progresso da obra segue dentro do prazo contratual, com 45,76% da edificação já concluída. A travessia provisória, necessária para a mobilidade durante a execução do serviço, está sendo gerida pelas prefeituras locais. O Governo de Goiás forneceu aduelas para a construção dessa estrutura, mas as prefeituras ainda aguardam a retirada dos materiais para dar continuidade ao processo.
Em busca de respostas
A deputada estadual Dra. Zeli Fritsche (UB) se reuniu com o presidente da Goinfra, Pedro Sales, para discutir a situação da obra, acompanhada do prefeito de Novo Gama, Carlinhos do Mangão (PL), os deputados estaduais, André do Premium (Avante) e Wilde Cambão (PSD) e a prefeita de Santo Antônio do Descoberto, Jéssica do Premium (UB).
O objetivo foi esclarecer à população a real situação do projeto e reforçar o compromisso com uma solução rápida. Em entrevista ao Jornal Opção Entorno, Dra. Zeli afirmou que seu foco é acompanhar de perto a obra e pressionar por respostas. “Estamos buscando informações diretamente com a Goinfra e cobrando soluções. Nosso compromisso é garantir que as obras sejam retomadas e concluídas com qualidade”, destacou.
A deputada também enfatizou a importância da ponte para a mobilidade entre os dois municípios. “A obra não é apenas uma questão de infraestrutura, mas uma necessidade para a vida cotidiana de trabalhadores e comerciantes. Sem essa ponte, as pessoas precisam percorrer trajetos muito mais longos, o que afeta diretamente a qualidade de vida”, explicou Dra. Zeli.
Já o prefeito de Novo Gama, Carlinhos do Mangão, ressaltou a importância da obra, aguardada há mais de 30 anos pela população. O recurso de R$ 3 milhões para a construção da ponte foi garantido por uma emenda do senador Wilder Morais (PL), com execução do governo do estado por meio da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra). Contudo, o valor total é fruto de uma conquista pessoal do prefeito.
Mangão também anunciou que a Prefeitura de Novo Gama já está se preparando para construir o desvio ao lado da ponte, utilizando os materiais fornecidos pela agência. “Já consegui os recursos necessários em uma reunião com a Goinfra e a obra do desvio será iniciada após o período chuvoso, para garantir a segurança dos motoristas e moradores”, afirmou.
Histórico da obra
A construção da ponte Pacaembu-Pedregal foi anunciada com grande expectativa em março de 2024, com a promessa de conclusão em oito meses. No entanto, após o início das obras, a execução foi paralisada em novembro, devido ao período chuvoso e dificuldades operacionais.
Em janeiro de 2025, a Seinfra informou que a interrupção seria temporária, com a previsão de retomada ainda naquele mês, mas, até o momento, a obra permanece parada. Com um investimento de R$ 2,73 milhões e 45,76% da obra concluída até a suspensão, a falta de avanço no projeto tem gerado insatisfação entre a população local, que depende da conclusão da ponte para melhorar a segurança e a mobilidade entre os dois municípios.
Leia também:
Paralisação das obras da ponte Pacaembu-Pedregal afeta mobilidade entre Novo Gama e Valparaíso