Do empreendedorismo à sustentabilidade: conheça os projetos premiados no Exporide
11 junho 2024 às 15h39
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Iniciativa do Conselho de Desenvolvimento Econômico, Sustentável e Estratégico do Distrito Federal (Codese-DF), o Programa de Desenvolvimento Regional e Transformação Digital das Cadeias Produtivas dos Municípios do Entorno (Exporide) premiou quatro tecnologias sociais, entre 48 propostas, no concurso cultural “Galeria dos Municípios”.
A ideia é que várias dessas iniciativas – não somente as premiadas – possam ser colocadas em prática futuramente, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento tecnológico e de inovação nas 12 cidades que compõem a Área Metropolitana do Distrito Federal.
Os projetos vencedores, de Cocalzinho, Padre Bernardo, Valparaíso e Planaltina, foram desenvolvidos durante os chamados hackatowns, que são maratonas de inovação ocorridas nos 12 municípios do Entorno abrangidos pelo programa Exporide.
Premiação em dinheiro
A tecnologia social ArtesCocal (Cocalzinho) foi a mais votada, com 19 votos válidos, sendo a equipe responsável premiada na categoria ouro com R$ 2.500. Os outros três projetos ganhadores – Plantando Ideias, Alimentando Vidas (Padre Bernardo); Restaurante Comunitário (Planaltina de Goiás); e Reciclagem do Futuro – Valparaíso Sustentável (Valparaíso de Goiás) – receberam igualmente 15 votos, sendo contemplados, cada um, com R$ 833,33, na categoria prata-bronze.
Durante a cerimônia de premiação, o presidente da Associação dos Municípios Adjacentes a Brasília (Amab), Pábio Mossoró (MDB), que também é prefeito de Valparaíso, disse ter sentido orgulho pelo trabalho realizado no município e o prêmio conquistado no concurso cultural. “A nossa cidade foi bastante elogiada e destacada durante esta cerimônia e no concurso cultural. Agradeço aos esforços da equipe da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Trabalho e toda a nossa equipe de governo. Esse presente é para todos nós de Valparaíso”, afirmou o gestor.
Exemplos de sucesso
A coordenadora-geral do programa Exporide, Rosane Lucho do Valle, disse ao Jornal Opção Entorno que existem mais de 200 tecnologias sociais validadas pela Fundação Banco do Brasil e já implementadas pelo país. São metodologias com potencial de replicação e com soluções inovadoras de transformação social. “Nós pegamos 48 dessas tecnologias e levamos como modelo nos hackatowns, a fim de que as pessoas se inspirassem e propusessem tecnologias próprias voltadas aos seus municípios para desenvolvimento e geração de emprego e renda”, esclareceu Rosane.
Segundo ela, durante os hackatowns foi utilizado o método da gamificação. “Era um jogo, o qual chamamos de ‘governança dos territórios’, em que, num grande tabuleiro, mostramos quais seriam as variáveis a ser consideradas dentro da estrutura do município, para que essa cidade pudesse se desenvolver”, detalhou. E acrescentou: “O nosso objetivo é que, dessas 48 tecnologias, várias delas possam sair realmente do papel e se tornar projetos que gerem políticas públicas nos seus municípios. Muitos têm essa possibilidade”.
A ideia é que as propostas selecionadas, a partir de provas de conceito e verificação da viabilidade, recebam recursos da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco) para implementação.
Da construção à implementação
Já a coordenadora de ação nos hackatowns, Magda Fernandes, lembra que o jogo realizado nesses eventos buscava simular todo o processo de construção das políticas públicas até a sua implementação. “Utilizamos o conceito de tecnologias sociais da Fundação Banco do Brasil, que são fáceis de ser replicadas e tendem a promover uma transformação social”, resume.
“O nosso trabalho consistiu em estimular as pessoas, por meio de um jogo, a se envolverem com o processo de inovação a partir da proposição de tecnologias sociais a serem desenvolvidas nos municípios onde elas residem”, complementa o também coordenador de ação Jorge Fernandes.
Magda diz ainda que os 12 municípios identificaram, dentro de suas realidades, grandes áreas fundamentais para o desenvolvimento da geração de emprego e renda. “Uma delas é o empreendedorismo, principalmente aquele voltado ao turismo. A ArtesCocal trabalha isso fortemente: é o artesanato construído como um elemento a impulsionar a parte turística da região”, avalia.
A outra área, segundo Magda, seria a produção de alimentos, caso dos projetos de Planaltina e Padre Bernardo. “E, por fim, há a questão ambiental, outra preocupação no Entorno, que está no projeto de Valparaíso”, conclui.
Projetos vencedores
Conheça, a seguir, a descrição de cada uma das tecnologias sociais vencedoras do concurso cultural “Galeria dos Municípios”:
ArtesCocal (Cocalzinho)
Plataforma digital responsável por cadastrar, credenciar e georreferenciar os artesãos existentes no município e suas áreas de atuação; e divulgar e comercializar o trabalho desses profissionais com base na valorização dos conhecimentos tradicionais, procurando firmar a identidade cultural local. O objetivo é organizar a cadeia produtiva do artesanato regional, difundindo e comercializando seus produtos.
Reciclagem do Futuro – Valparaíso Sustentável (Valparaíso)
O projeto visa desenvolver ações de fomento e organização de cooperativas de catadores para a coleta seletiva de resíduos, beneficiamento e destinação dos materiais recolhidos nas escolas, residências e comércio locais. Inicialmente, os catadores prestarão coleta seletiva porta-a-porta nas escolas, onde serão trabalhadas a educação ambiental e conscientização da separação do lixo, com palestras e oficinas. Parte da coleta será retornada em forma de produtos para as escolas, como forma de incentivo. O material coletado será encaminhado para triagem dos materiais, produção e comercialização. A rede terá coordenação geral e equipe para desenvolver linha de produtos com os materiais coletados, recebendo capacitação e treinamento para esse fim. A proposta prevê maquinário e espaço para beneficiamento, apoio e parcerias públicas e privadas, além de ter sua prática estendida ao comércio e residências.
Plantando Ideias, Alimentando Vidas (Padre Bernardo)
Instalação de composteira pública em espaço público existente, por meio do recolhimento dos resíduos orgânicos gerados nos domicílios para transformação em adubo orgânico com vistas à instalação de hortas comunitárias, bem como a comercialização para sua utilização na produção de hortaliças, substrato, jardinagem e lavoura. O empreendimento prevê licença ambiental para compostagem e a produção é feita por associação comunitária, que recebe capacitação em compostagem, recepção, processamento de resíduos orgânicos, sistema de coleta de chorume, entre outros. A população será incentivada a realizar a coleta seletiva e destinação correta dos resíduos orgânicos.
Restaurante Comunitário (Planaltina)
O restaurante comunitário deve servir refeições saudáveis e de boa qualidade, a custos populares, para pessoas de baixa renda, utilizando produtos provenientes da agricultura familiar e agroecológica, de modo a beneficiar o produtor local. O restaurante contém uma central de produção de alimentos, chamada de cozinha social, que atua como escola profissionalizante para formação de trabalhadores nas áreas de auxiliares de serviços gerais e de cozinha, cozinheiros, assistentes administrativos, nutricionistas, entre outros. A gestão é realizada por uma associação comunitária em parceria com o município. A proposta prevê parcerias com empresas para a distribuição de refeições para seus trabalhadores.
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