Na manhã desta quarta (18), foram expedidos 16 mandados de busca e apreensão pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), cumpridos no Distrito Federal e em Goiás pela Polícia Federal (PF) e Controladoria-Geral da União (CGU). A ação integra a segunda fase da Operação Ypervoli, que agora investiga um esquema de corrupção no setor de transporte escolar e aluguel de veículos, envolvendo servidores públicos da prefeitura de Cidade Ocidental e empresas.

Um dos contratos que mais chamou atenção dos investigadores foi assinado em 2017 e renovado nos anos seguintes. Trata-se, no caso, de uma empresa de transporte escolar cuja sede parece ser um empreendimento de fachada. Mesmo assim, recebeu um montante em torno de R$ 117 milhões, equivalente a um terço de todo o orçamento do município em 2024. Mais de R$ 63 milhões desse valor, de acordo com a CGU, teria sido superfaturado.

Outra situação que levantou suspeitas foi o fato de um dos servidores públicos, cujo salário é de cerca de R$ 10 mil, ter um padrão de vida muito além de seus proventos. Em menos de um ano, ele teria realizado viagens para Dubai, Madri, Nova Iorque e Fernando de Noronha. Além disso, empresas envolvidas no esquema teriam bancado sua festa de casamento e sua casa, avaliada em R$ 1.650.000.

Entenda o caso

A Operação Ypervoli foi deflagrada em setembro deste ano e, em sua primeira etapa, envolveu 100 policiais e 10 servidores da CGU, que cumpriram um mandado de prisão preventiva, 27 mandados de busca e apreensão, e oito mandados referentes a medidas cautelares diversas da prisão, todos expedidos pelo TRF-1.

A prefeitura de Cidade Ocidental e secretarias foram vasculhadas por suspeitas de fraudes à licitação e desvio de recursos, resultando no afastamento temporário do prefeito Fábio Correa (PP) e na prisão do pregoeiro Gabriel Paixão Ribas. O gestor executivo municipal alegou, na época, inocência no caso e recorreu à Justiça, sendo reconduzido ao cargo em outubro, mas sem prejuízo à continuidade das investigações.

O Jornal Opção Entorno tentou contato com a prefeitura, para obter algum pronunciamento ou esclarecimento sobre a segunda fase da Operação Ypervoli, mas não teve retorno até o fechamento da matéria. O espaço segue aberto.

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