PF prende ex-ministro general Braga Netto
14 dezembro 2024 às 12h39
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O general Walter Souza Braga Netto, figura de alto escalão na hierarquia militar brasileira e ex-ministro dos governos Bolsonaro, foi preso pela Polícia Federal na manhã deste sábado, 14). A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), representa um marco histórico, já que é a primeira vez que um general de quatro estrelas do Exército é detido no Brasil. Braga Netto, investigado por suposto envolvimento em um plano de golpe de Estado, foi capturado em sua residência em Copacabana, no Rio de Janeiro, e ficará sob custódia do Exército no Comando Militar do Leste.
A ação, que incluiu mandados de busca e apreensão, reforça as investigações que buscam desmantelar uma rede de indivíduos supostamente comprometidos em desestabilizar a ordem democrática no país. Além do general, a lista de alvos inclui outros ex-ministros do governo Bolsonaro, ex-comandantes das Forças Armadas, militares da ativa e da reserva, bem como antigos assessores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
As acusações contra Braga Netto são parte de uma investigação mais ampla conduzida pela Polícia Federal e supervisionada pelo STF, que apura ações ligadas à tentativa de ruptura democrática. Segundo a PF, os mandados emitidos nesta operação também visam coibir práticas que estejam prejudicando “a livre produção de provas”, um ponto crucial para o avanço do inquérito.
O general, que foi chefe da Casa Civil e do Ministério da Defesa durante o governo de Jair Bolsonaro, também foi candidato a vice-presidente na chapa derrotada nas eleições de 2022. A proximidade com o ex-presidente e o fato de ocupar cargos estratégicos tornaram Braga Netto uma figura-chave nos esforços para entender as articulações que, segundo as autoridades, culminaram em atos contra a democracia.
Além disso, o procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, deu aval para a prisão de Netto. O aval foi encaminhado ao STF após as investigações da PF informarem que Braga Netto teria obstruído a Justiça e repassado dinheiro vivo a militares das Forças Especiais, conhecidos como “kids pretos”, utilizando embalagens de vinhos para ocultar os valores. (Tathyane Melo)
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