Áudio com suposta ameaça reacende acusação de agressão entre vereador de Novo Gama e o jornalista Juarez Carneiro

07 abril 2025 às 13h05

COMPARTILHAR
O episódio gerou novos desdobramentos e trocas de acusações entre o político e o comunicador. No áudio divulgado por Juarez, o Jordão afirma, em tom informal: “Agora, se ele não corre essa principal do Novo Gama todinha, ele ia pegar uma ‘taca’, porque os meninos que estavam comigo estavam alegres com ele. Ele deu sorte. Agora, armado não tinha ninguém, não. Porque, se tivesse (sic) armado, tinha matado ele, do jeito que ele estava”.
O jornalista relata ter sido agredido por Paulo Jordão em setembro de 2023. “Fiz o boletim de ocorrência no mesmo dia que ele me agrediu”, relata Juarez. Segundo ele, mesmo após a denúncia ao Ministério Público, a Polícia Civil decidiu não indiciar o vereador, alegando falta de provas, e acabou recomendando o indiciamento de Juarez por denunciação caluniosa. “Até hoje, não sei se a denúncia foi aceita. O Ministério Público ainda não se manifestou”, acrescenta o jornalista.

Juarez sustenta que a motivação do ataque teria origem em críticas feitas à gestão de Jordão na presidência da Câmara de Novo Gama. “Fiz uma matéria falando que ele fez um procedimento errado, sem licitação. Depois, descobri outras irregularidades. Em setembro, publiquei que ele teria ficado mais rico, de acordo com o portal da transparência. Aí ele foi lá e mandou me surrar”, acusou.
Motivação política e pessoal
O vereador Paulo Jordão falou com o Jornal Opção Entorno e negou as acusações. Ele afirmou ainda que o áudio divulgado foi tirado de contexto. “Esse áudio foi retirado de um grupo de WhatsApp. Quando ele começou a fazer uma live, o pessoal começou a comentar no grupo que eu tinha batido nele. Aí fui lá e disse: ‘Negativo, não bati em ninguém’. O que eu falei foi que, se ele não corre, os meninos que estavam comigo poderiam ter feito algo”, explicou. “Não houve nada disso, ninguém bateu nele”.

Ainda, segundo Jordão, a motivação do jornalista seria política e pessoal. “O problema do Juarez começou quando assumi a presidência da Câmara e fiz um contrato mais barato com outra equipe para a TV Câmara. O contrato dele era de R$ 8 mil, eu consegui por R$ 4.900. A partir daí, ele virou meu inimigo e passou a me difamar nas redes sociais”, relatou o parlamentar.
Questionado sobre possíveis irregularidades administrativas, Jordão afirmou não ser alvo de processo por improbidade. “O atual presidente da Câmara fez uma ocorrência em relação a irregularidades do tesoureiro, que atuava em várias gestões. Nenhum problema foi apontado contra mim, nem contra a ex-presidente e nem contra o atual presidente”, enfatizou.
O vereador acusou Juarez de perseguição: “Sempre que meu nome aparece em alguma situação, ele tenta transformar em turbilhão. É perseguição. Juarez precisa limpar o coração dele”, disse. O jornalista, por sua vez, afirmou que voltou a falar sobre o caso porque “as denúncias que ele (Paulo Jordão) dizia que não existiam estão vindo à tona agora”, referindo-se às investigações sobre supostos desvios do fundo de pensão dos servidores.
Leia também:
Professores de Novo Gama reivindicam a atualização do piso salarial nacional