Entre janeiro e abril de 2025, relatos de um aumento expressivo nas autuações de motoristas que trafegam na BR-040 começaram a se multiplicar, especialmente em trechos considerados lentos e congestionados. Diante das reclamações, o vereador Marcos Cunha, de Luziânia, protocolou, no dia 22 de abril, o Ofício nº 16/2025, endereçado ao diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), solicitando informações e providências.

No documento, o parlamentar destaca que as manifestações da população chegaram por diversos canais, inclusive pelas redes sociais. “As queixas referem-se a um aumento expressivo no número de multas aplicadas entre os meses de janeiro e abril de 2025, inclusive em trechos onde o fluxo de veículos costuma ocorrer de maneira lenta e congestionada”, aponta o ofício. Muitos condutores relataram nunca terem sido multados antes e, ainda assim, passaram a receber múltiplas notificações em um curto espaço de tempo, o que levantou questionamentos sobre a confiabilidade dos radares.

Funcionamento dos radares fixos

Em entrevista ao Jornal Opção Entorno, o vereador afirmou que parece haver algum problema no funcionamento dos radares fixos. “Acredito que esse aumento esteja relacionado a alguma alteração nos radares já instalados. Temos recebido muitas reclamações no gabinete e há especulações sobre o uso de radares que multam por média entre dois pontos. No entanto, esse tipo de autuação não é regulamentado no Brasil”, pontuou. “Até onde apurei, esses equipamentos podem até existir, mas estão em fase de testes, sem validade legal para gerar multas. Por isso, considero mais provável que haja alguma mudança de funcionamento, descalibragem ou falha nos radares fixos da BR-040”, explicou.

Marcos Cunha: “Caso se identifique alguma ilegalidade, vamos pedir a revisão e, se possível, a anulação das multas aplicadas de forma indevida” (Foto: Divulgação)

Sobre a possível presença de radares móveis não sinalizados, Marcos Cunha esclarece que não há indícios concretos nesse sentido. “A fiscalização na BR-040 é realizada pela Polícia Rodoviária Federal, que eventualmente utiliza radares móveis. Porém, as multas que chegam até nós geralmente indicam o ponto exato da infração, com o quilômetro marcado, o que caracteriza o uso de pardais (radares fixos). Por isso, não creio que o problema esteja relacionado a radares móveis não sinalizados, e sim a equipamentos fixos que já são conhecidos da população”.

Solicitação ao DNIT

O parlamentar também comentou sobre a solicitação feita ao DNIT. “Ainda não tivemos resposta oficial. Protocolei ontem, por meio do sistema eletrônico, o ofício solicitando um relatório das multas aplicadas entre janeiro e abril dos anos de 2023 e 2024. A ideia é comparar esses dados com os de 2025 e verificar se houve de fato um aumento fora do padrão. O pedido está em fase de triagem e seguimos no aguardo. Assim que o DNIT se manifestar, vamos divulgar publicamente. Nosso objetivo é buscar transparência e, se necessário, aprofundar a apuração para identificar possíveis irregularidades”, ressaltou.

Ofício protocolado ao DNIT (Foto: Reprodução)

Caso seja confirmada uma disparidade nos dados, o parlamentar pretende acionar instâncias superiores. “Se o comparativo comprovar que houve um aumento anormal nas autuações, vamos cobrar providências imediatas. Já estou em contato com o deputado federal Célio Silveira (MDB), que representa nossa região do Entorno Sul, para juntos buscarmos apoio no alto escalão do DNIT”, informou. “Caso se identifique alguma ilegalidade, vamos pedir a revisão e, se possível, a anulação das multas aplicadas de forma indevida. A atuação do deputado será fundamental para fortalecer essa mobilização e garantir justiça aos motoristas que foram penalizados injustamente”.

Transparência na fiscalização

Uma das queixas mais recorrentes recebidas pelo gabinete do vereador – e também amplamente divulgada nas redes sociais – é sobre multas por excesso de velocidade em trechos muito movimentados. “Muitos motoristas relatam que foram autuados por trafegarem supostamente a 100 km/h em locais onde o limite é de 60 km/h, mesmo em horários de pico, quando mal é possível ultrapassar os 30 km/h”, relatou. O trecho da BR-040 que corta o Entorno costuma ser bastante congestionado e essas autuações, muitas vezes superiores a R$ 800, têm causado indignação por aparentarem não condizer com a realidade vivida por quem passa diariamente pelo local. A BR-040 é uma das principais rodovias de ligação entre Goiás e o Distrito Federal, com tráfego intenso de veículos leves e pesados.

A transparência nos métodos de fiscalização é uma demanda crescente dos usuários da via, que buscam não apenas segurança no trânsito, mas também confiança no sistema de autuação. Até o momento, o DNIT não se pronunciou oficialmente sobre o pedido. O vereador Marcos Cunha afirma que seguirá acompanhando o caso e cobrando respostas.

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