Estudante em Santo Antônio do Descoberto propõe dispositivo que previne violência contra a mulher

10 março 2025 às 12h17

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Um aplicativo e um batom. Com essas duas ferramentas básicas, mulheres que se sentirem ameaçadas podem enviar mensagens a pessoas de confiança com um simples toque ou mesmo acionar a polícia. Tudo discretamente e sem despertar suspeitas de agressores.
A iniciativa, ainda em fase de testes, foi idealizada por Deborah Loiola, 20 anos, aluna do curso técnico em Desenvolvimento Web Mobile da Escola do Futuro de Goiás (EFG) Sarah Luísa Lemos Kubitschek de Oliveira, localizada em Santo Antônio do Descoberto, no Entorno do Distrito Federal.
Além de Deborah, mais três estudantes da EFG no município estão ajudando a desenvolver a tecnologia: o técnico em marketing Samuel Viana, que tem experiência em eletrônica e robótica; o programador Tiago Alves; e o designer Rayllandr Félix.
Centro de Informações à Mulher (CIM)
A ideia do dispositivo, segundo Deborah, surgiu a partir de um evento on-line do Campus Party Nordeste, em 2024. Na ocasião, foram realizados diversos hackathons, desafios imersivos, em que equipes multidisciplinares se reúnem para criar soluções inovadoras com o uso da tecnologia.
Em um deles foi proposto o desenvolvimento de serviços voltados às mulheres. “Pensamos num aplicativo, chamado de Centro de Informações à Mulher (CIM), que pudesse centralizar dados essenciais ao público feminino. Depois, começamos, dentro do app, a elaborar mais coisas e focamos na questão da proteção das mulheres que sofrem violência e estão em situação de vulnerabilidade. Com isso, criamos também um protótipo físico para esse fim”, relata.

O protótipo em questão é um batom com um circuito eletrônico e um botão de ativação. “Ao pressioná-lo, a mulher consegue enviar uma mensagem de socorro para alguém de sua confiança ou já liga imediatamente à Polícia Militar”, explica, acrescentando que pretende, ainda, aperfeiçoar o dispositivo, para que a vítima também possa enviar sua localização.
De acordo com a estudante de Desenvolvimento Web Mobile, o objetivo é fazer com que o app CIM e o protótipo sejam adotados em todos os municípios goianos, mas, no momento, ainda não foram estabelecidas parcerias com governos municipais ou estadual.
Em busca de apoio
Coordenador STAI na EFG de Santo Antônio do Descoberto, João Marcos Marques, supervisor do projeto, destaca que a tecnologia é de baixo custo e pode ser colocada em prática ainda este ano. “O dispositivo físico vai ser integrado ao aplicativo, desenvolvido pelos próprios estudantes da escola”, frisa.
Marques informa que a EFG tem o intuito de apresentar essa iniciativa ao governo estadual. “Esperamos que ele abrace a causa, para aplicação no Estado de Goiás, mas nossa intenção é, antes, fazer o projeto-piloto em Santo Antônio do Descoberto. Por enquanto, estamos testando e validando o produto, para que consigamos fazer uma divulgação em massa e obter um apoio maior”, conclui.
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